Um dia do Acre em Milão

Palestras, exposição de produtos florestais, gastronomia acreana, mostra de vídeos, apresentação artística indígena e rodadas de negócios marcaram o Dia do Acre (Leonildo Rosas)
Palestras, exposição de produtos florestais, gastronomia acreana, mostra de vídeos, apresentação artística indígena e rodadas de negócios marcaram o Dia do Acre (Leonildo Rosas)
Palestras, exposição de produtos florestais, gastronomia acreana, mostra de vídeos, apresentação artística indígena e rodadas de negócios marcaram o Dia do Acre (Leonildo Rosas)

Palestras, exposição de produtos florestais, gastronomia acreana, mostra de vídeos, apresentação artística indígena e rodadas de negócios marcaram o Dia do Acre (Leonildo Rosas)

Palestras, exposição de produtos florestais, gastronomia acreana, mostra de vídeos, apresentação artística indígena e rodadas de negócios marcaram o Dia do Acre, o Acre Day, no Espaço Brasil S.A, em Milão. O evento encerrou a participação do Estado na Feira Internacional que ocorre anualmente na principal cidade da Lombardia.

Milão é a principal província da Lombardia, região responsável por 20% de todo o PIB nacional, que tem uma população de 10 milhões de habitantes e conta com 840 mil empresas, sendo a maioria pequena e familiar.

Entre os bons resultados institucionais atingidos, o governo do Acre firmou convênio com a Escola de Design de Milão, que irá oferecer dois cursos, a partir de maio, para 30 jovens marceneiros do Acre.

O governador Tião Viana visitou chefes de Estado e falou do interesse e do potencial econômico do Acre, especialmente no aproveitamento racional e sustentável do setor madeireiro.

Toda a agenda foi acompanhada pelo embaixador do consulado Brasileiro em Milão, Luiz Henrique da Fonseca Pereira. Durante cinco dias, marceneiros, empresários e membros do governo participaram da feira, visitaram indústrias madeireiras, de panificação e de fabricação de roupas para trocar experiências e fazer prospecção de negócios.

São empresários como a presidente da Associação dos Manejadores Florestais do Acre, Adelaide Fátima, que vendeu um container de madeira certificada para um empresa da cidade de Como. “Inicialmente será apenas uma experiência, com possibilidade de ampliarmos os negócios”, comentou a empresária.

O governador Tião Viana visitou chefes de Estado e falou do interesse e do potencial econômico do Acre, especialmente no aproveitamento racional e sustentável do potencial madeireiro (Leonildo Rosas)

O governador Tião Viana visitou chefes de Estado e falou do interesse e do potencial econômico do Acre, especialmente no aproveitamento racional e sustentável do setor madeireiro (Leonildo Rosas)

 

A busca por novas experiências é o que move acreanos e italianos. Nas rodadas de negócio, o governador Tião Viana conversou com Giacomo Castiglioni, famoso empresário da região da Lombardia, que tem relações com o Acre desde 1995, quando fez investimentos em Xapuri.

Da conversa com Castiglioni nasceu a proposta de uma missão de empresários italianos visitarem ao Acre para conhecerem os potenciais econômicos do Estado e estabelecer a troca de conhecimento. A missão do Acre em Milão começou a ser planejada há um ano, quando a primeira-dama do Estado, Marlúcia Cândida, foi à província participar da tradicional Feira Internacional de Móveis.

Em outubro do ano passado, Marlúcia Cândida retornou à Itália à frente de um comitiva que visitou empresas, indústrias, órgãos de governo, escola de design e o consulado. “Dessa viagem abriu-se a porta para que viéssemos a Milão apresentar o Acre e o seu potencial”, informou a primeira-dama.

No fim da participação do Acre, Tião Viana classificou como bem sucedida a missão, haja vista que os empresários acreanos abriram possibilidades de negócios, conheceram novas tecnologias, e investidores da Itália e da Suíça demonstraram interesse em investir no Estado.

“A nossa missão foi muito importante. Tenho certeza de que estabeleceremos importantes parcerias. Temos a matéria-prima, o que nos falta é a tecnologia. A Itália tem a tecnologia, mas lhe falta a matéria-prima. É possível juntar as duas coisas. O poeta disse que somos do tamanho que enxergamos. Somos grandes porque enxergamos longe”, disse.

Governador Tião Viana com Oskar Metsavht, fundador da Osklen e apontado pela revista Forbes como futuro milionário

Governador Tião Viana com Oskar Metsavht, fundador da Osklen e apontado pela revista Forbes como futuro milionário

 

Missão de empresários italianos virá ao Acre

Em setembro, um grupo de empresários da Federação da Indústria da Lombardia virá ao Acre conhecer o potencial madeireiro e fazer prospecção para investir negócios sustentáveis no Estado. A visita foi confirmada por Giacomo Castiglioni, empresário de Como que tem relações com o Acre desde 1995, quando fez investimentos em Xapuri.

“Estamos com disponibilidade de fazer esse encontro bem feito. É importante entender o que está sendo feito e acontecendo no Acre”, explicou Castiglioni.

Entre os empresários italianos estarão integrantes da Associação Amazônia Brianza, entidade que tem papel importante na afirmação do modelo de manejo sustentável no Acre.

Em meados da década de 1990, a Amazônia Brianza apostou na possibilidade de os seringueiros trabalharem com manejo florestal comunitário e investiu 30 mil euros. Em seguida, foram investidos outros 100 mil euros para construção de escolas e outros investimentos no Seringal Cachoeira, em Xapuri. Representantes da empresa suíça Veragouth, tradicional fabricante de casas em madeira, manifestou interesse em transferir tecnologia para a construção de casas em madeira.

Antes de embarcar de volta para o Brasil, Tião Viana se reuniu com Oskar Metsavht, fundador da mundialmente conhecida marca Osklen e que manifestou interesse em ajudar o Acre no desenvolvimento de produtos sustentáveis.

“O Brasil continua exportando o Pau-Brasil e importando espelhando, que é o IPad. Fico feliz ao ver que o governo do Acre demonstra ousadia e não quer continuar dessa forma, haja vista que busca agregar valor à sua economia florestal”.

Curadora da Exposição Acre, Marlúcia Cândida festeja resultados

Há um ano, a primeira-dama, Marlúcia Cândida, foi a Milão e vislumbrou a possibilidade de levar o Acre para um centro tão importante da economia mundial. Ontem, ela festejava o sucesso obtido afirmando que se tratava de um momento emocionante para todos os acreanos.

“Foi uma semana de muitas realizações. É um momento ímpar nas nossas vidas. Enfrentamos muitas dificuldades e temos conseguido superar até agora. Queremos mostrar um Acre que gera renda, emprego e que pode ter muitas empresas comunitárias”, disse.

Segundo Marlúcia Cândida, a floresta cede as suas infinidades de formas e texturas para se expressar em arte e design, por isso a concepção do que o Acre levou a Milão como mostra se deu através de um olhar profundo para a exuberância das suas paisagens e para as curvas dos seus rios, cenas destacadas na sintonia verde da Amazônia brasileira.

“O que são as rendas da mulher rendeira se não a essência da história de um povo? E no Brasil multicultural criamos outra renda da matéria-prima à nossa mão: a madeira. A curadora da exposição acreana revelou que buscou a inspiração nas paisagens das florestas, nas infinitas copas das árvores que se encostam uma nas outras, deixando vazias apenas as sinuosidades dos rios e igarapés. Muda-se o olhar para a floresta. Então, mostramos a nossa renda confeccionada na madeira.”

No Acre Day, disse, foi apresentado também aquilo que muito orgulha o Acre: a política. “No Acre o diálogo acontece entre poderes governamentais e não-governamentais. As políticas são discutidas com a sociedade urbana, rural, pecuária, industrial, extrativista e indígena. Assim, no dia-a-dia, tecemos a nossa renda social e ambiental.”

Para a primeira-dama, a mostra transpõe a política para virar arte e expressa a cultura nos aromas e sabores de uma gastronomia exótica e na hospitalidade em rotas turísticas.

“A inserção humana na floresta, para além das dificuldades, resulta em soluções engenhosas. No meu mestrado estudei a casa do seringueiro como arquitetura vernácula da Amazônia e procurei levar esse olhar para eventos brasileiros de arquitetura e design, como a Casa Cor Brasília, em 2008, 2009 e 2010.”

Na função de curadora, Marlúcia garante ter reunido pessoas ligadas à indústria, ao design, à política para as florestas, a ONGs, historiadores, colaboradores, Brazil S.A. e Politécnico de Milão. “Concluímos que mostraríamos a nossa renda política e uma renda extraída das nossas florestas como a síntese da nossa essência.”

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