Os analistas de sistema Jhonny Willyans e Israel Braga, servidores da Diretoria de Modernização Administrativa do Acre (DMA), foram os vencedores da “Hackathon”, uma competição de programadores realizada em Brasília, entre os dias 21 a 25 de maio. O resultado saiu no dia 11 de junho, e o projeto dos acreanos foi um dos classificados.
A competição, que significa maratona de programação, reuniu programadores, designers de interface e de web, e outros profissionais ligados ao desenvolvimento de software. A equipe, na qual Jhonny e Israel fazem parte, é composta de cinco integrantes: uma estudante de Letras de Brasília, uma estudante de sistema de informação e um Web Designer de São Paulo.
A equipe vencedora trabalhou no projeto “Cebas Online” – Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social Online -, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Para criar o sistema, eles trabalharam durante a Maratona de Execução, que ocorreu durante os dias 24 e 25 de maio, na Universidade de Brasília.
A proposta lançada era criar uma nova solução que pudesse auxiliar as organizações civis a entrar com o requerimento de certificação de entidades sem fins lucrativos. O grupo de programadores construiu um sistema que permite que esse trâmite seja totalmente informatizado, possibilitando ganho de tempo e redução de gastos.
“Foi criada uma solução para auxiliar as organizações no processo de retirada da certificação online, trazendo agilidade e segurança para as organizações sociais”, explica o servidor e desenvolvedor do sistema, Jhonny Willyans.
Atualmente, as entidades encaminham a documentação para o MDS, que analisa e devolve. Como o trâmite é feito via Correios, o processo tende a ser mais lento. Com a implantação do aplicativo, o sistema do MDS ficará todo informatizado.
Agora os três projetos vencedores seguirão para a Residência Hacker, onde poderão vivenciar a imersão no Laboratório Hacker da Câmara dos Deputados, e durante uma semana darão continuidade a seus trabalhos, sendo assessorados por professores e especialistas.
Entrevista:
O que representa para o governo a participação de servidores neste tipo de evento?
Coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), Carlos Rebello: A primeira vez que ouvi falar em hackathon foi no ano passado, durante o III Fórum da Internet Brasil, a partir do relato de um evento da prefeitura do Rio de Janeiro. Desde então, estamos acumulando experiências e informações para realizarmos um hackathon no Acre. Ao tomar conhecimento deste evento, de imediato fiz um desafio aos colegas da Diretoria de Modernização, que de pronto aceitaram. A nossa participação contribuirá para conhecermos melhor o funcionamento do hackathon, além de oportunizar um intercâmbio com outros desenvolvedores e outros ambientes de desenvolvimento, o que reverterá em melhores profissionais a serviço da administração pública estadual. O governador Tião Viana tem investido na qualificação dos servidores, e ao enviarmos nossos analistas para estes eventos, estamos em sintonia com esta política. Outro dividendo é a oportunidade de avaliarmos o nível de conhecimento da equipe, e o retorno normalmente é positivo, pois constatamos que estamos no mesmo patamar de outros centros, podemos não ter um número grande de desenvolvedores, mas os que atuam conosco estão em pé de igualdade com os demais.
Como foi participar de um evento dessa dimensão?
Jhonny Willyans: Foi um grande aprendizado. Trabalhamos durante dois dias sem parar. Porém, o resultado foi satisfatório e conseguimos estar entre os três projetos que foram aprovados. Agora vamos para a segunda fase do projeto, que é finalizar o programa. Este é apenas o primeiro passo de um grande trabalho.
Israel Braga: Experiência única. Tivemos a chance de mostrar que temos capacidade de fazer um trabalho de tamanha dimensão. Creio que representamos bem o Acre, mostramos que mesmo com todas as limitações de uma cidade pequena e longe dos grandes centros econômicos, podemos sim nos equiparar com competidores de outras regiões.
Qual foi o maior desafio de participar desta competição?
Johnny Willyans: Os dois dias que ficamos lá, em geral, foi um grande desafio. Ficamos sem dormir, com curtas pausas para comer. O maior desafio foi superar o cansaço e focar em nosso trabalho.
E qual a parte você considerou mais fácil?
Israel Braga: Nós tivemos uma base pronta, então o nosso trabalho era montar um sistema em cima da base de dados. Não podemos dizer que foi a “parte fácil”, tudo que nos foi proposto era um grande desafio, mas considero que quando temos um embasamento sobre o assunto, podemos fazer um bom trabalho.
O que significou este evento significou para o DMA?
Diretor da Diretoria de Modernização Administrativa (DMA), André Gasparini: A equipe de desenvolvimento da DMA é muito enxuta, mas ao mesmo tempo muito bem qualificada. Recentemente fomos finalistas num evento nacional com um sistema desenvolvido inteiramente pela DMA com uma equipe de duas pessoas apenas. O hackathon foi precedido pelo Seminário do Marco regulatório das organizações da sociedade civil, onde ocorreram palestras e apresentações que certamente potencializaram o conhecimento dos servidores. Toda essa interação é positiva para os projetos que executamos no Acre. Mesmo durante o hackathon, a metodologia de desenvolvimento rápido, e o desafio dos prazos curtos aguçam os participantes a se avaliarem e perceberem que podem contribuir no dia a dia de forma mais eficaz.