Conhecer de perto a política acreana baseada na sustentabilidade e fazer levantamento de possíveis investimentos que estejam ao interesse das 105 empresas ligadas a rede de financiamento verde do R20 (Regions of Climate Action). Este foi o motivo da visita de Terri Tamminen e Jorge Pinheiro Machado, ao governador Tião Viana.
O primeiro contato do R20 com o Acre se deu ainda no governo Binho Marques, quando o então governador integrou a Cúpula de Governadores do Clima Global (G40), liderada pelo então governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.
Segundo o americano Terri Tamminen, que visita o Acre pela primeira vez, o projeto de lei apresentado pelo então senador Tião Viana de que empresas baseadas na sustentabilidade tenham tratamento diferenciado chamou atenção do R20 – organização sem fins lucrativos fundada em 2011, pelo governador Arnold Schwarzenegger e outros líderes mundiais, em cooperação com as Nações Unidas – e despertou na organização o desejo de conhecer in loco as práticas sustentáveis adotadas pelo Estado.
Em 2011, a chefe da Casa Civil, Márcia Regina Souza Pereira, participou do lançamento de um movimento apoiado pelo R20 e intitulado de Greenovation Initiative, no Rio de Janeiro. No evento o Estado apresentou seu amadurecimento em termos de política ambiental, o que aumentou o interesse do Regions of Climate Action.
“O R20 é uma coalizão de parceiros liderados por governos regionais que trabalham para promover e implementar projetos que são projetados para produzir uma série de benefícios econômicos e ambientais na forma de consumo reduzido de energia, de emissões de gases de efeito estufa e o fortalecimento das economias locais. A experiência acreana é uma inspiração”, explica Tamminen.
Segundo Jorge Pinheiro, o R20 trabalha no intuito de auxiliar governos a elaborarem políticas públicas voltadas para a preservação ambiental, agregando o uso da tecnologia, e desta forma trazendo investimentos para o Estado. Ele explicou que ter uma reunião da R20 durante a Rio +20 será uma grande oportunidade para fortalecer as ações nesse sentido.
O governador Tião Viana foi convidado pelos visitantes para apresentar a experiência do Acre a outros governadores durante reunião da R20, que acontecerá na Rio + 20, em junho, no Rio de Janeiro. “Devemos olhar com muita determinação para a economia verde e a Amazônia deve ser um vetor importante dessa economia”, defende Jorge.
Tião Viana agradeceu o convite e diz ter ficado feliz com a visita de Terry e Jorge, que acreditam em uma integração voltada naquilo que também é a aposta do Governo. “Não temos interesse em doações, mas em ajuda interessada. Em associações de interesses econômicos pela economia verde”, diz Viana.
Para os membros do R20, a ZPE acreana, primeira Zona de Processamento de Exportação brasileira e que está localizada em plena Amazônia, tem papel importantíssimo na nova ordem mundial de valorização da economia verde e do Baixo Carbono.
Políticas públicas voltadas para a Economia Verde
O Acre é destaque quando o assunto é desenvolvimento sustentável. Com 88% de seu território coberto por floresta e utilizando alternativas e ações da economia verde e sustentável, o Estado apresentou seu amadurecimento em termos de política ambiental.
Segundo o governador Tião Viana, o Acre vem há 12 anos implantando políticas baseadas na sustentabilidade.
“As bases para que nosso desenvolvimento seja sustentável veem sendo implantadas ao longo dos últimos anos e agora estamos numa nova fase, com a ZPE e o apoio a industrialização, vamos levar o Acre a um novo patamar econômico”, afirma.
De acordo com o IBGE, o Acre foi o Estado que mais reduziu o índice de queimadas e incêndios florestais em todo Brasil: 93% entre 2007 e 2009. Na outra ponta, em 2009, é o quinto lugar no ranking nacional, com a taxa de crescimento acumulado do Produto Interno Bruto (PIB) de 45,7%. São números que reforçam o seu compromisso diante desse novo caminho.
O Estado tem se destacado pela Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal, a qual fortalece os produtores que conservam a floresta e atua na recuperação de áreas já degradadas. Além disso, apresenta ações de fortalecimento da economia do Estado com o compromisso ambiental e social. O projeto da piscicultura é um deles, por se tratar de uma alternativa econômica que envolve pequenos, médios e grandes produtores, em atuação em áreas degradadas.
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