O instinto os faz procurar o caminho da água e é para ela que eles correm, da forma mais rápida que conseguem. Neste sábado, 12, foram soltos mil quelônios no Rio Abunã, por meio do Projeto SOS Quelônios. Este ano, sete mil animais serão soltos, mas, como o Abunã já está povoado, os tracajás e a iaçás serão levados também para outros municípios.
“Hoje nós vemos o Rio Abunã repovoado com tracajás e iaçás, e além disso vemos também a consciência ambiental das comunidades indígenas e ribeirinhas, graças a este trabalho que vem
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tão carinhosamente sendo feito ao longo destes 12 anos. Pro meio ambiente isto representa um ganho inestimável para o equilíbrio da fauna e manutenção das espécies, e por isso o Governo do Estado, através dos órgãos ambientais e de produção, vem dando apoio a esta iniciativa desde o início”, disse o secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus.
O Projeto SOS Quelônios teve início no ano 2000, quando uma comissão, liderada por Abrãao Libdy Kerdy, fez uma excursão pelo Rio Abunã e constatou que os quelônios eram quase inexistentes na região. Começou aí a história de luta pelo repovoamento do rio com as espécies, uma iniciativa que sempre contou com o apoio do Governo do Estado, de prefeituras, sociedade civil do Brasil e da Bolívia e iniciativa privada.
“Quando meu pai morreu eu e meu tio íamos desistir do projeto. Foi nessa hora que chegou um grupo de amigos e nos deu força. Disseram que nós não podíamos parar o maior sonho do meu pai e estamos aqui hoje, nesse primeiro ano de projeto sem ele”, disse Carol Kerdy, uma das líderes do SOS Quelônios.
O projeto tem atuado em cerca de 280 praias distribuídas em 51 localidades, sendo 14 no lado boliviano. As principais ações do projeto são identificar a desova, transferência de ovos, proteção das covas, controle da eclosão, manejo e soltura dos filhotes e difusão ambiental. Em 12 anos de projeto já foram devolvidas à natureza 123.170 filhotes de quelônios.
Os prefeitos de Acrelândia, Clovis Moretti, e Plácido de Castro, Paulinho Almeida, participaram da soltura. “Estamos devolvendo para a mãe natureza um pouco do muito que tiramos dela ao longo dos anos”, disse Almeida.
O fundador do projeto, que faleceu há cerca de um ano, Abrãao Libdy Kerdy, foi homenageado com um minuto de silêncio, uma placa e uma carta de homenagem, assinada pelo governador Tião Viana e secretários de governo.
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