No coração do Croa

Turismo contemplativo pode ser fonte de renda para moradores da região 

Prepare o seu coração para grandes emoções. Navegar pelo Croa, um rio lindo, de águas escuras e matas fechadas, pode reservar surpresas. (Foto:Sérgio Vale/Secom)
Prepare o seu coração para grandes emoções. Navegar pelo Croa, um rio lindo, de águas escuras e matas fechadas, pode reservar surpresas (Foto:Sérgio Vale/Secom)

Prepare o seu coração para grandes emoções. Navegar pelo Croa, um rio lindo, de águas escuras e matas fechadas, pode reservar surpresas. Tucanos sobrevoando o céu, jibóias em galhos de árvores, vitórias-régias flutuando sobre as águas. A região, há cerca de 20 quilômetros de Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade acreana, pode ganhar um refúgio ecológico para turismo contemplativo, dotado de toda infraestrutura necessária para receber os turistas com conforto, sem agredir a natureza ou interferir demais em sua paisagem.

O Croa é um lugar abençoado, onde é possível contemplar todo o capricho da natureza. Não se espante se começar a achar que é um dos lugares mais lindos que já visitou. Hoje o local recebe visitantes do mundo todo, mas de forma muito tímida, que chegam convidados por alguns moradores ligados a religião do Daime.

As Vitórias Régias são um espetáculo a parte no Croa (Foto:Sérgio Vale/Secom)
As Vitórias Régias são um espetáculo a parte no Croa (Foto:Sérgio Vale/Secom)

A química Paula Rabello pegou o filho de quatro anos e deixou o agito de São Paulo para passar um período na floresta amazônica, às margens do Crôa. “Eu vim visitar minha irmã, que agora mora aqui, mas estou encantada com a beleza, com a natureza e com esse clima de paz. A região tem um potencial turístico muito bom, que vai atrair um turista interessado em ter contato com a floresta, os pássaros, o rio”, comentou.

Refúgio ecológico pode atrair turistas do mundo inteiro

As 41 famílias que moram na região fazem parte de uma associação que luta para transformar o Croa numa unidade de conservação. A primeira-dama do Estado, Marlúcia Cândida, apresentou uma proposta para a construção de uma pousada com estações preparadas para o turismo contemplativo.Uma estrutura com deck à beira da estrada para estacionar os carros, loja de artesanatos, restaurante, mirante e arvorismo. A ideia é que o governo invista e que a estrutura seja fonte de renda para comunidade.

“Mas é algo que só vai sair do papel se todos concordarem e quiserem, e for para o benefício de todos. Tão logo seja aprovado, começa a construção. Esse lugar é um jardim de Deus na Amazônia”, observou o governador Tião Viana. O projeto ainda não foi discutido na comunidade, mas Davi de Paula, liderança local, defende inclusive que parte dos lucros obtidos seja destinada para a preservação do rio. Davi de Paula chegou ao Croa há cerca de dez anos e iniciou um trabalho com a comunidade, incentivando o associativismo e a luta para transformar a região numa área de preservação permanente para garantir a proteção da floresta.

Para chegar até o Rio Croa é preciso percorrer cerca de 20 quilômetros pela BR-364, partindo de Cruzeiro do Sul (Foto:Sérgio Vale/Secom)
Para chegar até o Rio Croa é preciso percorrer cerca de 20 quilômetros pela BR-364, partindo de Cruzeiro do Sul (Foto:Sérgio Vale/Secom)

“A ideia é que o turismo aqui não seja de aventura, mas contemplativo. E que sejam construídas dez cabanas, para que a demanda seja agendada, com controle, e as pessoas possam vir, estacionar o carro num deck ao lado da ponte, almoçar, contemplar a natureza, observar os pássaros. É importante que a comunidade tenha como se sustentar para continuar preservando a floresta”, comentou a primeira-dama.

A proposta agradou e encheu de expectativa quem vive nas margens do rio: “Morar num lugar bonito sem ter como sobreviver neste lugar não faz sentido. O que a primeira-dama veio trazer aqui, junto com o governador, é algo que já sonhamos há anos, mas nunca tivemos esse apoio.”, disse o presidente da Associação de Moradores do Rio Croa, Jean Carlos de Oliveira.

Natureza em estado bruto

Jibóia repousa nos galhos de uma árvore (Foto:Sérgio Vale/Secom)
Jibóia repousa nos galhos de uma árvore (Foto:Sérgio Vale/Secom)

As águas escuras podem ser resultado do lugar de sua nascente, um buritizal próximo ao município de Marechal Taumaturgo. Para chegar até o Rio Croa é preciso percorrer cerca de 20 quilômetros pela BR-364, partindo de Cruzeiro do Sul. O turismo no local, se aprovado o projeto do refúgio ecológico, será feito de forma sustentável e com controle de fluxo.

Lembra das fortes emoções? A da nossa equipe foi descobrir que, acima de nossas cabeças, num dos galhos da árvore que nos serviu de sombra para o lanche e descanso, uma jiboia repousava alheia ao nosso movimento, tranquila como as águas do rio.

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