Em solenidade ocorrida no auditório do Núcleo da Secretaria de Estado de Educação e Esportes (NSEE), a coordenação do Programa Mova Alfa 100 deu início à sua programação deste ano. O encontro reuniu quase todos os alfabetizadores das turmas formadas.
Os alfabetizadores passarão o resto da semana em curso de formação e atualização. Segundo a coordenadora do Mova Alfa 100 em Cruzeiro do Sul, Vanda Lima, no ano passado o programa montou 76 turmas de alfabetização; este ano o número subiu para 102, atingindo quase duas mil pessoas.
O coordenador de Educação em Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, disse que o governador Tião Viana tem investido muito para que as pessoas possam sair desse mundo de escuridão que é o analfabetismo. De acordo com ele, em Cruzeiro do Sul, a população acima dos 15 anos apresenta um índice de analfabetismo de 16%. O NSEE quer diminuir esse índice e estabeleceu a meta de montar pelo menos 110 turmas anuais de alfabetização. Em 2012 a meta já foi inclusive superada – além das 102 turmas do Alfa-100, ainda há outras 23 turmas do Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
Vanda Lima considera que o Alfa 100 enfrenta desafios, e o pior deles é a desistência dos alunos, que ocorre principalmente em casos de doença e devido à dificuldade de chegar às salas de aula no período chuvoso. Ela informou que houve inicialmente um treinamento em Rio Branco de uma equipe do NSEE, que agora repassará os conhecimentos para os alfabetizadores do Juruá. As turmas formadas em Cruzeiro do Sul abrangem todos os bairros da cidade e comunidades da zona rural.
José Teodoro de Souza é um dos alfabetizadores que vai atuar novamente no programa, o que faz desde 2008. Segundo ele, a dificuldade começa na formação das turmas; alguns têm receio, outros acham que já passou do tempo para estudar, outros têm problemas de visão. “Mas a gente é treinado para isso, e conversando com calma chegamos a um ponto em que a gente consegue matricular as pessoas”. Outro problema que ele aponta é a lama dos que têm que ir a pé para as escolas. Ele trabalha e mora na região da “Variante”, onde há muita lama. José Teodoro conta que no ano passado tinha um aluno que andava uma hora numa estrada lamacenta para chegar até a escola, mas mesmo assim ele foi até o fim e hoje sabe ler.