O Rio Acre está atualmente com 17,64 metros de profundidade (medição das 15 horas), medidos em régua fixada pela Defesa Civil que faz as medições obedecendo a critérios técnicos e científicos. Uma vez que os rios possuem dinâmica própria e estão constantemente em movimento, as réguas de medição precisam ser niveladas a todo instante para acompanhar as mudanças ocorridas no leito do rio.
Segundo o tecnólogo em hidrologia Carlos Cordeiro, responsável pelas medições, “Pessoas completamente leigas no assunto estão falando inverdades sobre as medições, sem responsabilidade alguma, uma vez que desconhecem os procedimentos de nivelamentos de réguas linimétricas. A cada três meses é preciso nivelar a régua de medição, através de ajustamento topográfico, com uma referência de nível ou marco, levando em consideração as vazantes”, disse.
A régua foi readequada respondendo a critérios técnicos e científicos que acompanham as mudanças ocorridas naturalmente no leito do rio. Segundo Vera Reis, chefe da Divisão de Gestão de Riscos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, “Seria ilógico supor que o leito do rio não sofreu nenhuma modificação desde que as medições começaram a ser feitas, o rio modifica-se constantemente. Se a régua não tivesse sido nivelada, aí sim teríamos inevitavelmente uma medição equivocada para os dias atuais, sem correspondências com as séries históricas anteriores”.
Há mais fatores a serem levados em conta para avaliar as resultantes das medições atuais. Em 1997, quando o nível do Rio Acre alcançou seu maior volume com 17,66 m, a população era menor e a ocupação do solo também. Atualmente, apesar dos dados evidenciarem apenas dois centímetros a menos que a cota máxima já registrada, os estragos são muito maiores.