O secretário de Pequenos Negócios, José Reis, a equipe da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e o prefeito de Bujari, João Edvaldo Lima, visitaram na quarta-feira, 23, Casas de Farinha da zona rural do município. O objetivo foi incentivar o desenvolvimento da produção e conhecer os produtos para intermediar novos negócios.
No Ramal Linha Nova está a Casa de Farinha Duas Irmãs. Nela trabalha um grupo de 16 pessoas, com a produção mensal de aproximadamente oito toneladas de farinha. A casa de farinha existe há três anos e o espaço já necessita de ampliação, para que seja possível aumentar a produção.
Marilene Pereira, colona local, conta que as famílias trabalham em rodízio e a casa de farinha não para: “Dia de domingo chega a ter três famílias trabalhando aqui. A casa não para nem nos fins de semana”, comenta. O produtor Miguel Nogueira ressalta que, apesar de haver muito trabalho, a farinha ainda não é reconhecida porque não tem sua embalagem própria, e compartilhou o sonho de ter seu produto mais apresentável, com o nome do grupo, para que assim seja um produto mais competitivo no mercado.
A parceria entre a prefeitura de Bujari e a Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN) fizeram um acordo para que nessa casa de farinha sejam feitos ajustes e investimentos, por meio de reforma, equipamentos e assessoria técnica ao empreendimento. A equipe da Seaprof orientou também sobre a possibilidade de a produção fazer parte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do município, sendo essa mais uma alternativa para o grupo.
“Estamos trabalhando as políticas públicas para os pequenos negócios: conhecendo as realidades e necessidades, prestando nosso apoio aos grupos produtivos e fortalecendo parcerias que favorecem ao desenvolvimento local”, explica o secretário José Carlos Reis.
A casa de farinha do Projeto de Assentamento do Espinhara II foi a última visitada. A casa possui um grupo de 10 pessoas, no entanto, poucos produtores atuantes. Ela foi inaugurada há sete meses e os membros receberam cursos de capacitação do Incra.
O gerente da casa, José da Cruz, afirma que está encontrando dificuldades para vender a farinha a um preço adequado. Ele compartilhou também a dificuldade de oferecer o produto em diversos comércios, pois são perdidos dias de produção e todo esse processo tem desestimulado o grupo a produzir.
“Os empreendimentos não necessitam apenas de equipamentos. É preciso orientar os produtores sobre o mercado, qualificar o produto e incentivar o empreendedorismo. O desenvolvimento das cadeias produtivas simboliza para cada produtor uma vida mais digna e a diminuição da pobreza no Acre”, pondera o secretário da SEPN.
Na ocasião, o prefeito de Bujari apresentou as obras de abertura de ramais. “Além de ter casa de farinha que tem uma boa produção, agora estamos com ramais de boa qualidade, que garantem o tráfego o ano todo. Os ramais são meios de uma maior qualidade de vida, possibilidade de desenvolvimento e maior rentabilidade em seus pequenos negócios”, afirmou.