Já não bastassem todos os problemas causados pela alagação do Rio Acre na capital acreana, uma preocupação tira a noite de sono de muitas pessoas que estão com suas residências tomadas pelas águas: vândalos têm assaltado as casas e levado pertences e materiais de construção, como telhas. A Polícia Militar do Acre já estava reforçando o patrulhamento nas regiões mais atingidas pelas cheias, mas agora, o Exército também vai ajudar no policiamento, fornecendo desde a tarde de domingo, 26, cerca de 60 homens para reforçar a patrulha fluvial das áreas alagadas.
Atualmente são oito patrulhas fazendo a ronda, 24 horas por dia, nos seis bairros mais atingidos pela alagação do Rio Acre. A partir de segunda-feira, 27, serão nove. Com o apoio do exército, cada patrulha será composta por três soldados do exército e dois da polícia militar. “Temos efetivo para o patrulhamento, mas nos faltam pilotos para as embarcações. Esse apoio do exército esta sendo fundamental para dar segurança à população que teve suas casas atingidas pelas águas”, disse o capitão Estephan, comandante do Policiamento Ambiental.
O policiamento das regiões alagadas esta em pleno funcionamento desde o começo da semana passada. O bairro Taquari é o que mais reúne reclamações de vândalos realizando furtos nas residenciais abandonadas. Só nesse bairro, serão três equipes de patrulhamento dia e noite. Ao todo, por turno, estão sempre em ação 15 soldados do exército e 25 soldados da polícia militar. “É uma parceria no intuito de fortalecer esse policiamento e dar tranquilidade as pessoas que tiveram que abandonar suas casas, para que elas possam dormir tranquilamente”, reforça o capitão Estephan.
Os homens do exército que estão participando das ações nesse período de alagação vêm do Comando de Fronteira, 4° BIS. Segundo o Capitão Lucídeo, 788 homens estão envolvidos nas atividades. “Não participamos apenas do patrulhamento fluvial, mas também do auxílio aos desabrigados, organização das doações e outras ações”, informou o Capitão.
Além dos patrulhamentos nos bairros alagados, a situação também está complicada no Loteamento do Amapá, aonde não é mais possível chegar por via terrestre, transformando o local em uma pequena ilha, com muitos de seus moradores ainda presentes, sem energia elétrica e falta de alimentos e água potável.
Com apoio do Bope, a Polícia Militar montou uma base que funciona 24 horas por dia na escola municipal do Loteamento do Amapá. Oito homens estão responsáveis pela segurança. Quadriciclos foram transportados até o loteamento e ajudam os policiais durante a ronda na região, que teve a energia elétrica cortada.