Comunidade escolar recebe com orgulho avaliação do MEC sobre educação do Acre

45% das escolas estaduais alcançaram nota do Ideb acima da média nacional e quatro já têm a nota que estava prevista apenas para 2021

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Infográfico da Uol mostra o Acre como único da região Norte e Nordeste na disputa dos melhores índices do Brasil (Imagem reprodução)

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"Estava sem dormir à espera da divulgação", revela o diretor da escola João Mariano (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

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"Esse índice foi fantástico", comemora o professor da Neutel Maia (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

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"Fiquei muito feliz pela minha escola", diz aluno Marcos Douglas (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A comunidade escolar recebeu com sentimento de orgulho os resultados obtidos pelo Acre no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados na última segunda-feira pelo Ministério da Educação, que colocou o Acre entre os 10 Estados brasileiros com as maiores notas na avaliação. De acordo com os dados apresentados, 45% das escolas da rede pública estadual do Acre ficaram com nota acima da média nacional e quatro alcançaram a nota 6, meta prevista apenas para 2021.

A Escola Neutel Maia foi a que obteve um dos maiores índices: a nota 6,2. "Foi com muita euforia que recebemos o resultado do Ideb porque você sente que houve uma resposta ao trabalho constante que toda a equipe vinha fazendo com muito esforço. A família foi parte integrante nesse sucesso, que culminou com a nota 6,2", declarou o coordenador pedagógico da escola, Gilson Bardales. O coordenador ressaltou ainda o apoio fundamental do Governo do Estado, através da Secretaria de Educação, nas formações oferecidas aos professores.

"Quando soubemos do resultado ficamos entusiasmados. Este índice foi fantástico. Senti-me realizado como professor. Isto significa que estamos no caminho certo para as avaliações ao qual somos submetidos. Os investimentos feitos pelo governo tanto na parte física quanto humana tem uma grande parcela de contribuição neste resultado", afirmou o professor da Neutel Maia, Evandro Paulo, que tem 18 anos de sala de aula. 

Localizada numa área da periferia de Rio Branco, a escola João Mariano recebe alunos de vários bairros adjacentes.Com 1050 alunos a escola atende do ciclo inicial ao 9º ano. Em 2007, o Ideb do 5º ano foi 4,5. Em 2009, o índice subiu para 5,4. "Vocês são fortes". A frase escrita no quadro de avisos dos professores pelo diretor da escola João Mariano, Wilson Guimarães, resumia a euforia do gestor pelo sucesso no Ideb.

"Estava sem dormir à espera da divulgação. Somos uma escola que tinha tudo para dar errado. Atingimos um patamar num bairro que não possui muita infraestrutura como áreas de lazer e biblioteca para as crianças, mas superamos tudo isso pelo compromisso de todos os professores e funcionários em dar o melhor de cada um", falou emocionado.

Os alunos reconheceram a importância do resultado e comemoraram. "Fiquei muito feliz pela minha escola. Eu me saí muito bem nos testes, pois estudei bastante e tive aulas de reforço com uma boa professora", diz o pequeno Marcos Douglas, 10 anos, aluno da 5ª série sobre as provas aplicadas pelo Ideb.

A professora Rosa Leal, professora da João Mariano, revela: "Eu acho que o segredo do nosso sucesso é ter acreditado que podíamos mudar a realidade. Sinceramente fiquei muito feliz. Nosso esforço valeu a pena. Quando a gente faz o que gosta é tudo prazeroso e o resultado sai melhor."

Adotar programas ousados como políticas públicas é parte do processo de construção da educação do Acre, iniciado pelo atual governador Binho Marques desde os tempos em que foi secretário de Educação durante a gestão de Jorge Viana na prefeitura de Rio Branco. "Naquele momento, o secretário Binho colocava claramente um desenho para definir uma política de educação do Estado. Uma política que vem sendo aperfeiçoada e avaliada constantemente. Certamente, o resultado que obtivemos no Ideb é a demonstração clara de que quando há uma política séria de governo, um esforço conjunto, é possível fazer mudanças significativas. O Acre em 1999 era o último nas avaliações do Saeb, e hoje dependendo da série, estamos entre os primeiros. Isso nos permite dizer que de fato a política de educação implantada no Acre está no rumo certo", avalia a Secretária de Educação, Maria Corrêa.

Indicadores – O Ideb foi criado em 2005, como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), para medir a qualidade da educação das escolas e da rede de ensino. O índice utiliza escala de zero a dez pontos e é medido a cada dois anos. O objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, chegue ao índice de 6,0 em 2021, o que corresponde à qualidade do ensino em países desenvolvidos.

evandro_paulo_professor_neutel_maia_foto_gleilson_miranda_01.jpg{xtypo_quote}Quando soubemos do resultado ficamos entusiasmados. Este índice foi fantástico. Senti-me realizado como professor.
Evandro Paulo, professor da escola Neutel Maia{/xtypo_quote}
rosa_leal_professora_joao_mariano_foto_gleilson_miranda_01.jpg{xtypo_quote}Eu acho que o segredo do nosso sucesso é ter acreditado que podíamos mudar a realidade. Sinceramente fiquei muito feliz. Nosso esforço valeu a pena.
Rosa Leal, professora da escola João Mariano {/xtypo_quote}

Binho parabeniza prefeitos pelo desempenho dos municípios no Ideb

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"A educação atual aponta o futuro, e o futuro será muito bom", disse Binho Marques, parabenizando prefeitos pelos investimentos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Em reunião com prefeitos do Vale do Acre, o governador Binho Marques voltou a comentar os números que mostram a robustez do ensino acreano em seus três níveis – das séries iniciais, passando pelas de 5ª a 8ª até as séries finais no ensino médio – colocando o Estado numa posição melhor que muitas das grandes Unidades da Federação. "Quero parabenizar os prefeitos pelo Ideb. Fizeram o dever de casa muito bem", disse o governador aos prefeitos José Ronaldo (Epitaiciolândia), José Maria (Porto Acre), Paulo Araújo (Acrelândia) e à prefeita Leila Galvão, de Brasileia.

Para frisar a proporção de grandeza do resultado do Ideb e da rede pública, Binho Marques lembrou que numa região como São Paulo as escolas particulares são muito fortes e seu desempenho acabam ganhando peso no cálculo do Ideb. Ao contrário, a rede privada é pequena no Acre. "O Acre tem uma grande classe média na escola pública", enfatizou o governador.  "A educação atual aponta o futuro e o futuro será muito bom", completou.

Maria Corrêa também acredita que a parceria entre Governo do Estado e prefeituras deu certo. "Esse resultado permite visualizar o trabalho do estado com os municípios. No ano passado, o governador Binho Marques chamou todos os prefeitos e propôs parceria definindo metas. Nos reunimos com todos os secretários municipais de educação, definidos o que poderia ser feito no tocante à educação em cada cidade. O PróMunicípio e o ProAcre intensificam esse trabalho conjunto. E o resultado de fato mostra que o Acre está no rumo certo, e só agora é possível enxergar nos índices esses resultados porque investimento em educação é uma ação a longo prazo".

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Escolas estaduais com padrão de qualidade de infraestrutura e ensino são diferenciais do Acre (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Acre entre os 10 melhores no Ideb do 5º ano

Nos anos iniciais da rede estadual de ensino, o índice do Acre superou o bom desempenho de 2007. Na avaliação do MEC de 2005, o Acre estava em 15º lugar no ranking entre os estados brasileiros, com a nota 3,3. Em 2007, o índice melhorou e foi para 3,8, mas o Acre manteve seu posicionamento na classificação geral. Agora, o Estado ficou em 10º lugar com a nota 4,5, disputando as melhores colocações com os demais estados do sul, sudeste e centro-oeste brasileiro.

O município de Brasiléia foi o que alcançou a maior média entre os municípios nessa categoria, com nota 5,2, seguido de Rio Branco, com 4,8, e Senador Guiomard (4,7). O destaque do Ideb no âmbito do ensino municipal fica por conta de Manoel Urbano, que saiu de 1,8 em 2005, para 4,0. A capital manteve a primeira colocação com nota 5,0, acompanhada de perto pelos municípios de Senador Guiomard (4,7) e Brasiléia (4,6).

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Acre supera nota nacional no Ideb do 9º ano

A nota do Ideb do Brasil nos anos finais do ensino fundamental (5ª à 8ª) foi 3,8. O Acre superou este índice nacional, com a nota 4,1, ficando entre os quatro melhores estados do país no resultado, junto com São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso. A tabela também mostra evolução dos números. Em 2005, o Acre tinha a nota 3,5 e em 2008 melhorou o desempenho com a nota 3,8, sempre mantendo o quarto lugar no ranking nacional e mostrando que os investimentos na educação pública não pararam.

Esse trabalho trouxe reflexos importantes, como o aumento da aprovação de egressos da escola pública nos vestibulares. Apenas para citar um exemplo, uma ex-aluna de escola pública do Acre prestou vestibular para Direito e obteve a melhor colocação na soma geral do certame passado da Universidade Federal do Acre. Assim como ela, muitos outros aprovados vieram do sistema público de ensino estadual.

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Ensino Médio: índice melhorou, mas é preciso reforço, avalia secretária de Educação

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Investimentos aumentam índice de alunos da rede pública aprovados na Ufac (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Na avaliação do Ideb, o menor índice dos estados ficou no ensino médio. A média brasileira foi de 3,4. O Acre superou em um décimo o resultado, tirou a nota 3,5, estando entre os 7 melhores nesse nível. Para a Secretária de Educação,o baixo resultado do país tem uma explicação.

"O nível de ensino obrigatório era o Ensino Fundamental. Portanto, todos os esforços de políticas públicas se voltavam muito mais para esse nível de ensino. Desde o ano passado o Ensino Médio passou a ser um nível de ensino obrigatório, e todas as políticas públicas de educação vão precisar fazer um esforço para mudar as características que temos hoje no ensino médio. No Acre, embora essa mudança de nível de ensino obrigatório venha do ano passado, nós estamos há quase 12 anos investindo para melhorar todos os níveis e modalidades de ensino. E quando nós pegamos os indicadores só da rede estadual, o Acre supera a média nacional no desempenho do ensino médio. Quando o Brasil inteiro mantêm a média, o Acre supera a média nacional. Isso demonstra que há uma política em curso que está no ritmo certo e que nós precisamos consolidar", afirmou Maria Corrêa.

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Acre é o único Estado da Amazônia Legal a manter secretário de Educação

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Maria Corrêa foi 8 anos secretária Adjunta de Educação na gestão de Jorge Viana, e no Governo Binho Marques assumiu a pasta desde então (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Uma política educacional coerente, prioritária e estável é um dos diferenciais do Acre. Em recente matéria publicada pelo jornal Diário do Pará, dos nove estados da Amazônia Legal, apenas o Acre mantém o mesmo secretário desde o início do atual Governo. A Secretária Maria Corrêa foi Secretária Adjunta de Educação durante os oito anos de mandato do ex-governador Jorge Viana e assumiu como Secretária no Governo de Binho Marques.

Nos demais estados da região, segundo o jornal, a rotatividade é acentuada, a exemplo do Pará, que já está no seu quarto secretário. A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) no Pará, Sandra Lima, avalia que os prejuízos desse quadro são "imensos e, possivelmente, irreversíveis".

"A cada interrupção, promovida por substituições no âmbito do Estado, [a Undime] vê-se, renovadamente, obrigada a informar, convencer e repactuar, junto ao novo secretário, compromissos e ações", explicou Sandra Lima em entrevista para o jornal paraense. Situação que não acontece no Acre, onde o Estado mantém as ações e compromissos firmados com a União e com os municípios.


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