O seringal Cachoeira, em Xapuri, já teve seu nome propagado no mundo por ter sido cenário de “empates” na década de 1980, quando o líder seringueiro Chico Mendes lutava pela preservação da natureza e enfrentou pecuaristas que pretendiam transformar toda a região em pasto.
![O arvorismo é um esporte ecológico que consiste na travessia entre árvores por meio de obstáculos de tipos diferentes (Foto: Gleilson Miranda/Secom)](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2012/04/2012_abril2_thumbnails_thumb_arvorismo_cachoeira_foto_gleilson_miranda_04.jpg)
A luta de Chico Mendes foi levada adiante e o local, preservado. Agora, anos depois, o seringal Cachoeira ganha uma nova referência: é o local onde funciona desde o início deste mês o maior circuito de arvorismo da Amazônia.
Mas o leitor deve estar se perguntando: o que é arvorismo? O arvorismo é um esporte ecológico que consiste na travessia entre árvores por meio de obstáculos de tipos diferentes, como, por exemplo, a ponte pinguela, ponte mista, falsa baiana, entre outros. O esporte trabalha diferentes partes do corpo e ainda garante ao praticante um visual indescritível, porque fica no nível da copa de árvores como seringueiras e castanheiras, a mais de 10 metros de altura.
![Desde o dia 2 deste mês, a Pousada Ecológica do Seringal Cachoeira oferece aos seus visitantes a prática do arvorismo, descidas de tirolesa, passeios em trilhas ecológicas e cicloturismo (Foto: Gleilson Miranda/Secom)](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2012/04/2012_abril2_thumbnails_thumb_arvorismo_cachoeira_foto_gleilson_miranda_27.jpg)
Desde o dia 2 deste mês, a Pousada Ecológica do Seringal Cachoeira oferece aos seus visitantes a prática do arvorismo, descidas de tirolesa, passeios em trilhas ecológicas e cicloturismo. O maior circuito de aventura da Amazônia recebeu o nome do líder seringueiro que lutou para que o Cachoeira não fosse tomado por pastos de bois: Chico Mendes.
O circuito possui 16 obstáculos, que totalizam um percurso de 623 metros, sendo 323 metros de arvorismo e 300 de tirolesa. Para produzirmos essa reportagem a equipe da Agência de Notícias (repórter, fotógrafo e cinegrafista) percorreu o circuito. A equipe pode assegurar que a prática do arvorismo é garantia de diversão, adrenalina e contemplação da natureza.
![O circuito possui 16 obstáculos, que totalizam um percurso de 623 metros, sendo 323 metros de arvorismo e 300 de tirolesa (Gleilson Miranda/Secom)](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2012/04/2012_abril2_thumbnails_thumb_arvorismo_cachoeira_foto_gleilson_miranda_02.jpg)
O cinegrafista Pedro Devani e o fotógrafo Gleilson Miranda confirmam que a sensação de caminhar na altura da copa das árvores é muito boa. “Quando a gente se sente um pouco cansado, dá para parar e admirar a natureza”, completa Miranda.
Prática segura
Existem dois estilos de arvorismo: o acrobático e o contemplativo. No acrobático o praticante participa de desafios progressivos de equilíbrio e coordenação motora. O percurso possui obstáculos como redes e pontes que são colocados nas travessias entre as árvores.
No arvorismo contemplativo, o praticante faz um passeio entre as árvores a 25 metros de altura. É uma opção para quem prefere praticar uma atividade tranquila, mas aproveitar as belezas naturais.
Nas práticas realizadas na Pousada do Seringal Cachoeira todo o trajeto e as modalidades são realizadas com total segurança, como explica o monitor Everton Paiva, que trabalha na equipe do circuito de aventura. “Antes de subir na área de arvorismo a pessoa passa por uma triagem para sabermos se ela tem condições de praticar esse esporte. Perguntamos, por exemplo, se ela tem problemas cardíacos”, observa.
Paiva diz que, para praticar o arvorismo, é indicado que o interessado tenha altura igual ou superior a 1,20 metro e, em caso de menores, os pais deverão assinar um termo de responsabilidade.
![Os nove monitores que trabalham na área de arvorismo da pousada passaram por um curso de 120 horas (Gleilson Miranda/Secom)](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2012/04/2012_abril2_thumbnails_thumb_arvorismo_cachoeira_foto_gleilson_miranda_06.jpg)
“A pessoa passa por um treinamento ainda no solo. Nele, nós, monitores, ensinamos como ele vai utilizar os cabos de segurança para se mover entre os obstáculos. É tudo bem seguro porque a pessoa estará presa a dois cabos que estão presos a cadeirinha e ao cabo de segurança”, detalha.
De acordo com Paiva, os nove monitores que trabalham na área de arvorismo da pousada passaram por um curso de 120 horas, com aulas práticas e teóricas de técnicas de segurança, primeiros socorros e resgates.
Opções de hospedagem
![Para praticar o arvorismo, é indicado que o interessado tenha altura igual ou superior a 1,20 metro e, em caso de menores, os pais deverão assinar um termo de responsabilidade (Foto: Gleilson Miranda/Secom)](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2012/04/2012_abril2_thumbnails_thumb_arvorismo_cachoeira_foto_gleilson_miranda_10_7df.jpg)
A Pousada Ecológica do Seringal Cachoeira tem infraestrutura para receber famílias e grupos de turistas. “Nós temos opções para todos os tipos de turistas. Temos os belichários e os chalés, com capacidade para atender um grupo maior, uma família. Os preços variam de R$ 60 [por pessoa] a R$ 190 [chalé família]. A estadia incluiu café da manhã”, explica a administradora, Fernanda Mendes.
Mas se o turista preferir apenas desfrutar o circuito de aventura, a pousada disponibiliza passaportes que variam de preços de acordo com as modalidades praticadas, e o visitante pode ainda aproveitar um variado buffet regional que é servido no restaurante da pousada.
Os passaportes são:
Verde – Arvorismo acrobático, arvorismo contemplativo e tirolesa – R$ 70/por pessoa
Vermelho – Rapel – R$ 50/por pessoa
Azul – Ascensão, arvorismo contemplativo, tirolesa – R$ 30/por pessoa
Amarelo – Ascensão e descensão – R$ 30/por pessoa
Valorização da comunidade
A pousada é administrada pelo governo do Estado em parceria com a comunidade que vive no Cachoeira. Fernanda Mendes conta que 10% do valor apurado mensalmente pelo empreendimento é repassado à Associação de Produtores do Seringal Cachoeira. “Parte do que é consumido pela pousada, como frutas e verduras, é comprada de produtores daqui mesmo. Isso está estimulando a comunidade”, revela a administradora.
![No arvorismo contemplativo o praticante faz um passeio entre as árvores a 25 metros de altura (Gleilson Miranda/Secom)](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2012/04/2012_abril2_thumbnails_thumb_arvorismo_cachoeira_foto_gleilson_miranda_17.jpg)
Mas a comunidade também está presente no carro-chefe da pousada, que é o circuito de aventura. Os nove monitores que trabalham no circuito são pessoas que vivem no seringal.
Everton Paiva diz que é o único do grupo que trabalhava apenas na pousada. “Mas os outros colegas instrutores são daqui mesmo. Eles cortavam seringa, trabalhavam na agricultura, e agora fizeram o curso para se tornar instrutores”, detalha.
Um dos instrutores revela que antes de começar a trabalhar na pousada ajudava a família no agroextrativismo. Ele retirava açaí da mata e lembra que quando foi convidado para trabalhar como instrutor achou que seria simples, mas ao participar do curso percebeu a importância de ter cuidado com a segurança e sempre respeitar os limites físicos.
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