Binho em entrevista à Gazeta FM: ProAcre é empoderamento comunitário

“Eu falei que este governo ia chegar mais perto das comunidades. E o ProAcre é o refinamento desse processo”, diz governador 

binho_na_gazeta_fm_foto_sergio_vale.jpgO governador Binho Marques concedeu nesta sexta-feira, 15, entrevista para o programa Toque&Retoque, da rádio Gazeta FM, numa participação especial na seção Boca no Microfone, conduzida pelo jornalista Nelson Liano. A entrevista teve como tema principal o Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Econômico  Sustentável do Acre (ProAcre). “No começo do mandato, eu falei que este governo era para chegar mais ainda nas comunidades e o ProAcre é o refinamento do processo que chamamos de empoderamento comunitário. Conheci famílias que quando alguém adoecia gastavam todas as economias com o tratamento. Isso não pode acontecer”, disse o governador, lembrando que o ProAcre vem garantindo serviços básicos em saúde e educação.

O ProAcre tem previsão de duração de seis anos. Do valor total, US$ 120 milhões estão sendo financiados pelo Banco Mundial e os US$ 30 milhões restantes representam a contrapartida do Estado, já efetivada em investimentos que trouxeram excelência em vários aspectos da saúde e levou o sistema educacional às melhores colocações no ranking brasileiro do ensino fundamental. Entre vários indicadores em saúde, educação e produção sustentável, o ProAcre irá aumentar de 3,8 para 4,7 o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – número acima da média nacional. Irá também proporcionar aumento de 34% para 56% de mulheres grávidas que fazem seis consultas de pré-natal; aumento da sobrevivência de 90% para 96% de recém-nascidos com baixo peso; aumento nas consultas ambulatoriais de 7% para 67% nas comunidades isoladas, e aumento em 30% da renda da população beneficiada. Já nesta fase inicial, explicou o governador Binho Marques, o ProAcre já está contribuindo para os esforços do Governo do Acre em promover a inclusão social e econômica das populações em situação de pobreza, vulnerabilidade e risco social, residentes tanto nas áreas urbanas quanto nas áreas rurais isoladas ou remotas do Estado.

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Ao responder sobre a origem do  ProAcre, Binho Marques lembrou que o programa  está amadurecido pela experiência da promoção humana obtida nos últimos trinta anos desde o trabalho pioneiro do Projeto Seringueiro, que com US$ 17 mil  estabeleceu uma rede de ensino com 40 escolas, montou uma cooperativa e 12 postos de saúde em comunidades remotas do Vale do Acre. O ProAcre tem experiências de êxito em comunidades de Marechal Thaumaturgo, onde o governador instituiu a vila Belfort, às margens do rio Juruá, como primeira comunidade-polo (COP) do Acre. As COPs são referência para comunidades menores, denominadas CAU e CAP, e estão inseridas no conceito das Zonas de Atendimento Prioritário (ZAPs).

Em Rio Branco, há cinco ZAPs, todas localizadas em áreas que necessitam atenção especial do poder público.  “Ali, não trabalhamos apenas com a área social em todas as áreas”, disse Binho Marques. Famílias que foram ou estão sendo removidas recebem casa em conjuntos que contam com toda infraestrutura necessária. O governador anunciou ter interesse em investir na região do Preventório, onde vários governos já realizaram alguma atividade mas os moradores sempre acabam voltando e construindo novas casas. Binho Marques respondeu a perguntas dos ouvintes.

VEJA OS ASSUNTOS TRATADOS POR  BINHO MARQUES NA GAZETA FM:

Resultados iniciais do ProAcre

“Nestes três meses, fizemos 2.000 atendimentos médicos no Alto Juruá. Quando as pessoas viram que o atendimento estava dando certo, muita gente saiu da cidade para fazer consulta na comunidade.

Em produção, 40 famílias receberam sementes de mucuna, que recupera terras degradadas. Estamos estimulando, primeiramente, a segurança alimentar das pessoas.

Distribuimos kits de Folha Defumada Líquida (FDL) e estamos recuperando os seringais do Juruá. O FDL já tem mercado. Em Copenhague apresentamos tênis com a marca Hoje, produzido com FDL de Assis Brasil”.

Parceira com prefeituras

“Estamos trabalhando muito bem com Marechal Thaumaturgo [onde o ProAcre teve início e o  prefeito é filiado ao PMDB]. Quero aqui agradecer ao prefeito. O trabalho em saúde é compartilhado, e é assim que as coisas funcionam. Tem de ser um sistema, sem distinção partidária”.

“Em Cruzeiro do Sul o prefeito Vagner Sales é um político experiente, que em alguns momentos não compreendeu  a proposta. Mas isto passa, porque é um trabalho para beneficiar a população”.

Política de Estado e política de governo

“Na política de Estado, que é o que fazemos, não se pode pensar no tempo da gestão. Antes, tinha aquela coisa do governador só trabalhar para seu mandato. O Jorge Viana não. Ele fez investimentos  que não ia ver o resultado e eu estou fazendo outros que os resultados irão aparecer no outro governo, como o próprio ProAcre.

Marca Acre e serviços ambientais

“A produção de ecológica já está vingando. A palavra Acre já é uma marca. Em Copenhague quando ouvia falar do Acre já sabia que era algo diferente. Móveis fabricados no Acre estão sendo comercializados por uma grande rede.

Graças à  floresta do Acre, a gente ajuda a manter os recursos naturais do mundo. A humanidade deve pagar por esses serviços e o Acre pode viver disso. Em Copenhague, na COP 15, apresentamos seis grandes áreas que estamos preservando. Essas áreas podem gerar títulos na Bolsa de Valores.

Está  nascendo um mercado verde. Em março, por exemplo, vamos receber no Acre um investidor da Bolsa de Chicago. Nesse mercado, o Acre está  na frente. Os recursos serão usados na inclusão social e melhoria da qualidade de vida da população”.

Recursos por compensação ambiental já  chegam à população

“Parece difícil fazer o recurso chegar à população mas nós já estamos fazendo. Isso já está acontecendo. Hoje há 600 famílias recebendo bônus em dinheiro para certificação de suas propriedades, as quais adotam práticas de produção sustentável. Há quatro níveis de certificação e os produtores recebem, além de dinheiro e outros incentivos, acesso a crédito e prioridade nos programas de governo”.

Floresta Digital

“É um sonho. A gente pensa que nos países ricos a internet é grátis mas não é, custa caro. Na última semana de janeiro toda a cidade de Rio Branco terá acesso livre à internet através do programa Floresta Digital e até o final do meu governo  todas as cidades terão o benefício.

O acesso é  automático em espaços públicos, praças e hospitais. Nas casas, o usuário adquire um antena de cerca de R$200 e passa a ter acesso. O cadastro é feito uma única vez para obtenção de senha.

Estamos também preocupados com as pessoas que não possuem computador. Teremos Comunidades Digitais e vamos distribuir computador portátil para todos os alunos que estão concluindo o ensino médio”.

Endividamento do Estado

“Existe muita falta de informação quando se fala desse tema. Endividado estava o Estado quando Jorge Viana assumiu o governo. O Estado sequer podia realizar empréstimos.

Quando Jorge Viana foi eleito, a dívida do Acre representava 150% do Orçamento do Estado. Hoje, é de apenas 80%. Nós regularizamos dívidas de empresas como o Banacre, Colonacre, Cageacre.  O futuro governador tem muita sobra para pagar empréstimos. O Estado está saneado”.

BR 364 até Cruzeiro do Sul

“Nossa prioridade é concluir a BR 364 de Rio Branco a Cruzeiro do Sul. Com as chuvas, está muito difícil mas o que mais importa para mim é que o dinheiro está aí. Está tudo licitado, as empresas sabem o que fazer e a gente só depende do tempo”.

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