Trabalho no Acre: uma era de novas oportunidades

No dia do trabalho, acreanos comemoraram novas oportunidades (Foto: Arquivo/Secom)

No dia do trabalho, acreanos comemoraram novas oportunidades (Foto: Arquivo/Secom)

O Acre vive um momento histórico. Um momento chave que muda não só a economia, mas tudo o que gira ao seu redor, desde as relações de trabalho a vida em sociedade. E nesse primeiro de maio, Dia do Trabalho, os trabalhadores acreanos não tem só a comemorar os resultados dos frutos de seus esforços diários, mas, principalmente, uma mudança que aos poucos atinge a vida de todos. Uma nova era começa no Acre, abrindo novas oportunidades nunca antes imaginadas para o estado.

Há mais de um debate em torno do conceito de trabalho, e este cresceu na medida em que mudou ao longo dos séculos. Na modernidade, é objeto da reflexão da economia, da sociologia, da antropologia, da psicologia, da administração, enfim, de toda a vida em sociedade. O trabalho é um fator econômico, mas é algo muito maior, é de onde se tira o sustento da vida, mas também pode gerar prazeres, realizações, conquistas, dignidade.

As mudanças vividas no Acre ao longo de mais de uma década tem trazido frutos que já são reconhecidos. A fase de expansão da indústria, o crescimento e diversificação do comércio e a consolidação da economia rural já resultam na queda na taxa de desemprego, que ficou abaixo da média nacional e da Região Norte. Hoje, o Acre apresenta taxa de desemprego de 4,2%, enquanto a taxa brasileira é de 6,7% e da Região Norte, 7%.

A implantação de um modelo

{xtypo_quote}As pessoas têm que ter ciência de que no setor privado estão surgindo oportunidades incríveis e está faltando mão de obra especializada

Márcia Regina, Chefe da Casa Civil{/xtypo_quote}

A ideia de um novo modelo para alavancar a economia acreana nasceu ainda no governo de Jorge Viana. Foi ele o responsável por organizar o Estado e desenhar o modelo econômico que valoriza principalmente o desenvolvimento através da sustentabilidade. Com Binho Marques, esse modelo foi fortalecido muito mais e novas estruturas para seu funcionamento foram criadas. Agora, com Tião Viana, o desafio é investir na cadeia econômica do estado, pela primeira vez em todos os setores ao mesmo tempo.

A BR364 é um dos investimentos do governo que gera renda e empregosem vários segmentos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A BR364 é um dos investimentos do governo que gera renda e empregosem vários segmentos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“E nesse momento que o governo investe em todas as cadeias produtivas é justamente o momento em que surgem diversos novos postos de trabalho”, explica a chefe da Casa Civil, Márcia Regina. Só no primeiro quadrimestre, o governo do Estado já ordenou R$ 700 milhões em investimentos, como a recuperação e manutenção da BR-364, de Rio Branco até Cruzeiro do Sul, a Cidade do Povo e os programas Ruas do Povo e Ramais do Povo, que começam agora, aproveitando o início do período de seca.

Investimentos na cadeia produtiva por parte do governo são capazes de mudar a economia e apresentar oportunidades. Como o investimento da Secretaria de Educação de R$ 2,4 milhões na compra de móveis para as escolas estaduais, de movelarias acreanas. Um investimento como esse gera empregos, pois é necessário mais mão de obra para dar conta dos pedidos, e movimenta o comércio, tanto com a necessidade de adquirir insumos, como os gastos que os novos funcionários poderão fazer mediante seus pagamentos.

“É um volume de investimentos histórico. Serão R$ 6 bilhões até o final de 2014 para projetos estratégicos, um número impressionante mesmo num período de crise mundial. Só hoje na Comissão Permanente de Licitação existe quase R$ 1 bilhão circulando”, conta Márcio Veríssimo, secretário de Planejamento. “O que nós precisamos hoje é que o setor privado se prepare para esses investimentos”.

A aquisição de produtos feitos no Acre, como as cadeiras escolares, aquece a geração de emprego (Foto: Arquivo/Secom)

A aquisição de produtos feitos no Acre, como as cadeiras escolares, aquece a geração de emprego (Foto: Arquivo/Secom)

Márcia Regina ainda atenta que a cultura acreana enraizada por muitas décadas é de que emprego é no funcionalismo público. “Isso precisa mudar, as pessoas tem que ter ciência de que no setor privado estão surgindo oportunidades incríveis e está  faltando mão de obra especializada. Precisamos que a economia acreana comece a depender menos do governo e que o setor privado se torne mais forte. Nós temos que despertar o acreano para aproveitar esse momento conosco”, reforça a chefe da Casa Civil.

Uma cidade no Baixo Acre e prospecção no Juruá

Um dos investimentos mais importantes e ousados da história do Acre começa a sair do papel. O acreano já está  ciente de que a Cidade do Povo é um empreendimento gigantesco, com suas 10 mil casas e toda uma estrutura de serviços públicos ao redor, mas poucos ainda entendem como um investimento desse porte será capaz de mudar drasticamente a economia da capital.

“Uma construção desse nível tem poder de mexer com todos os setores da economia, desde os vendedores de insumos para obras da construção civil, como as malharias que precisarão produzir uniformes ou as padarias que terão de aumentar sua produção para alimentar os funcionários”, ressalta Carlos Sasai, presidente da Federação das Indústrias do Acre.

Cerca de 10 mil casas populares serão construídas na Cidade do Povo, gerando mais de 8 mil empregos diretos (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Cerca de 10 mil casas populares serão construídas na Cidade do Povo, gerando mais de 8 mil empregos diretos (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Segundo os cálculos, a Cidade do Povo deverá ter 20 mil trabalhadores envolvidos em todas as suas etapas, 15 mil no auge das obras. E a partir do dia 6 de maio, através do Sistema Nacional de Emprego, começará o processo de seleção para trabalhadores da Cidade do Povo. As entrevistas acontecerão no próprio canteiro de obras, e com uma novidade, pessoas não qualificadas também poderão fazer o cadastro.

Segundo o presidente da Fieac, se não houver pessoas qualificadas o suficiente, os empreiteiros contratarão os não qualificados e os treinarão lá mesmo, através da escola de construção civil do Senai, que deve montar uma unidade dentro do canteiro. É uma maneira também de burlar uma possível necessidade de contratar profissionais de fora e valorizar mão de obra acreana. “As usinas de Rondônia estão concluindo seus trabalhos também. Muitos acreanos que foram para lá devem voltar. Dificilmente precisaremos importar mão de obra, podemos recrutar nos municípios também”, explica Sasai.

“Uma construção desse nível tem poder de mexer com todos os setores da economia”, diz Carlos Sasai sobre a Cidade do Povo (Foto: Angela Peres/Secom)

“Uma construção desse nível tem poder de mexer com todos os setores da economia”, diz Carlos Sasai sobre a Cidade do Povo (Foto: Angela Peres/Secom)

Embora a maior parte dos empregos gerados pela construção civil sejam sazonais, a mão de obra é, sim, uma preocupação pelos próximos dois anos, porque existem grandes e médias obras acontecendo no Acre inteiro. Uma das soluções encontradas pelos empreiteiros e sugerida pelo próprio governador Tião Viana é a de terceirizar serviços para empresas menores, abrangendo uma fatia ainda maior do mercado local dentro dos investimentos que acontecem hoje, gerando mais emprego e renda para os acreanos.

“Esse pode ser um atalho na emancipação econômica das populações do Juruá, porque permitirá investimentos na região que variam da plantação de frutíferas, à atividades de uso da biodiversidade para produção de cosméticos. Podemos multiplicar as ações sustentáveis” – G

Cruzeiro do Sul prepara para se beneficiar da exploração de petróleo e gás natural (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Cruzeiro do Sul prepara para se beneficiar da exploração de petróleo e gás natural (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Cruzeiro do Sul prepara para se beneficiar da exploração de petróleo e gás natural (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A expectativa é de que a prospecção gere renda aos acreanos através da conversão desta atividade em forma de royalties, ICMS, ou qualquer outro recurso proveniente da prospecção, mas existe uma grande expectativa para a geração de emprego proveniente das empresas exploradoras.

{xtypo_quote} Esse pode ser um atalho na emancipação econômica das populações do Juruá, porque permitirá investimentos na região que variam da plantação de frutíferas, à atividades de uso da biodiversidade para produção de cosméticos. Podemos multiplicar as ações sustentáveis

Governador Tião Viana {/xtypo_quote}

A prospecção é algo tão sólido, que existe até uma escola profissionalizante do ramo instalada em Cruzeiro do Sul. A Petrogas, empresa de livre qualificação, entregou sua primeira turma agora com 200 alunos formados no curso de prospecção de gás natural e petróleo. O curso tem duração de um ano e agora deve formar uma turma por semestre.

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Petrogas é um curso profissionalizante para a área de petróleo e gás que já formou 200 alunos (Foto: Onofre Brito/Secom)

“Hoje esse setor pertence a uma das áreas que mais cresce no Brasil. Não só as expectativas de geração de emprego para área são grandes, necessitando de muitos profissionais da área, como o petróleo e o gás são sempre responsáveis por um alto crescimento das cidades ao redor”, explica Jocemar da Silva, representante da Petrogas.

São novos rumos para pessoas como o estudante Gustavo Silva, que está concluindo este ano o ensino médio e se formará na próxima turma no curso de petróleo e gás. Ele acabou premiado com uma viagem ao Rio de Janeiro onde vai visitar usinas eólicas, a usina nuclear Angra I e plataformas da Petrobras. Silva está entusiasmado com as notícias referente à exploração e acredita que o impacto será grande na região. “Cruzeiro do Sul vai mudar. A exploração de gás vai contribuir para melhorar a infraestrutura da cidade e melhorar o índice de emprego”.

As profissões do futuro…

{xtypo_quote}Na cultura popular ninguém quer um filho pedreiro, pintor, encanador. Sendo que esses profissionais estão ganhando muito bem atualmente, mais do que muitas profissões que exigem nível superior

Geane de Farias, diretora do Senai {/xtypo_quote}

Geane de Farias, do Senai, explica quais os profissionais que o Acre mais precisa hoje (Foto: Angela Peres/Secom)

Geane de Farias, do Senai, explica quais os profissionais que o Acre mais precisa hoje (Foto: Angela Peres/Secom)

Com a diversidade de investimentos no estado, novos setores surgem e os velhos apresentam novas necessidades. Mas o mercado de trabalho acreano é capaz de oferecer todos os profissionais necessários hoje? Segundo o departamento nacional do Senai e seu Mapa do Trabalho, ainda não. Muitos postos de trabalho se encontram vazios por não terem profissionais qualificados para atuar.

A construção civil aparece em primeiro lugar. Segundo a diretora de Educação e Tecnologia do Senai Acre, Geane de Farias, “Temos vagas, mas elas não são ocupadas, ou porque as pessoas não tem formação, ou porque existe até um preconceito. Na cultura popular ninguém quer um filho pedreiro, pintor, encanador. Sendo que esses profissionais estão ganhando muito bem atualmente, mais do que muitas profissões que exigem nível superior”.

Operadores de máquinas pesadas também estão entre os profissionais mais desejados atualmente. Alguns profissionais da área chegam a tirar mais de R$ 5 mil mensais devido ao pouco número de pessoas capacitadas encontradas. O ramo das engenharias também está em crise em todo o país devido à falta de profissionais para atender o mercado de grandes obras. Mesmo com a Universidade Federal do Acre tendo os cursos de Engenharia Civil, Florestal, Elétrica e Agrônoma, os profissionais ainda são poucos e outras engenharias ainda fazem falta.

Motoristas de máquinas pesadas podem ganhar até R$ 5 mil por mês (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Motoristas de máquinas pesadas podem ganhar até R$ 5 mil por mês (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“Além disso, a área de construção civil mexe com diversas outras. Precisamos hoje de pessoas no setor de vestuário, que ainda é pequeno no Acre, pessoas da área de logística urgentemente e técnicos de segurança do trabalho, que tem poucas formações no estado e os que têm são absorvidos muito rápido”, completa Geane.

Piscicultura tem exigido técnicos de agronegócios, enquanto hotelaria se expande na capital (Fotos: Gleilson Miranda e Angela Peres/Secom)
Piscicultura tem exigido técnicos de agronegócios, enquanto hotelaria se expande na capital (Fotos: Gleilson Miranda e Angela Peres/Secom)

Piscicultura tem exigido técnicos de agronegócios, enquanto hotelaria se expande na capital (Fotos: Gleilson Miranda e Angela Peres/Secom)

A área de agronegócios também precisa de profissionais, com técnicos em todas as áreas de atuação. Essa necessidade de mão de obra em especial tem surgido principalmente devido aos investimentos de agronegócios realizados pelo governo do Estado, como a piscicultura. O setor hoteleiro é outro que precisa de profissionais, principalmente devido aos três novos hotéis que devem abrir em Rio Branco em breve, todos pertencentes a redes consagradas. São cargos como recepcionistas, camareiras, motoristas e auxiliares de serviços gerais.

Geane ainda atenta para necessidades em Cruzeiro do Sul. Embora sejam praticamente iguais a da capital acreana, a segunda maior cidade do estado possui necessidade de profissionais na área da produção industrial de bebidas, além de se preparar para os futuros investimentos em prospecção de gás e petróleo.

... e as profissões do passado

E no momento em que se discute as profissões do futuro e as grandes necessidades do mercado para os dias de hoje, vale um olhar sobre o passado e profissões que muitas pessoas nem se questionam se ainda existem. São profissionais liberais que buscam seu sustento, lutando diariamente e mantendo vivas tradições que também os mantêm vivos.

É o caso de José Pereira que aos 63 anos ainda trabalha na mesma profissão há 35: catraieiro. “Esse foi o primeiro meio de transporte do Acre e ainda é muito reconhecido”, brinca o extrovertido senhor. Na época, José trocou um táxi que tinha por duas canoas e viveu muito bem. “Foi época de ouro, uma catraia aqui no rio valia muito mais do que um táxi na rua”. Mas hoje não é bem assim. “Eu sinceramente nem gosto mais, trabalho porque é daqui que eu tiro meu sustento”.

José Pereira ganha a vida até hoje como catraieiro (Foto: Angela Peres/Secom)

José Pereira ganha a vida até hoje como catraieiro (Foto: Angela Peres/Secom)

Hoje, José levanta às 5 horas da madrugada para começar a trabalhar e termina o dia apenas às 22 horas, num ponto do bairro Aeroporto Velho. A viagem de catraia custa R$ 1 e José  chega a fazer de 80 a 120 reais por dia. E tanto faz o rio cheio ou seco, o catraieiro está sempre lá. “Eu nem me vejo em outro trabalho”.

Outra profissão que se encontra cada dia em menos atividade pelas ruas da cidade é a de ourives. Mozarth da Silva tem 58 anos e trabalha a 29 com a arte de moldar metais preciosos. “Começou como uma necessidade. Um amigo trabalhava e me convidou pra trabalhar junto. Tomei gosto e entrei de cabeça”. Mozarth fabrica, confecciona e vende. “É uma profissão muita boa. Tem que se dedicar. Você pega um pedaço de ouro e transforma numa joia. É muito gratificante”, conta o senhor que está há oito anos num box do mercado dos colonos.

O ouvires Mozarth tem até hoje clientes fixos para confecção de joias (Foto: Angela Peres/Secom)

O ouvires Mozarth tem até hoje clientes fixos para confecção de joias (Foto: Angela Peres/Secom)

Mozarth ainda tem clientes fixos. Gente que só produz suas joias com ele. O box é bastante movimentado e serviço não falta.

Vindo de Tarauacá para a capital, Edvaldo Albuquerque, 60 anos, é o mais famoso amolador de alicates e tesouras da cidade. Com um box no camelódromo ao lado do Terminal Urbano que as vezes possui fila de clientes esperando ter seus utensílios amolados. “Eu na verdade comecei a trabalhar como chaveiro, então as pessoas começaram a trazer seus alicates pra amolar e parti pra isso também”, diz Edvaldo.

O próprio Edvaldo admite que foi o pioneiro do ramo. Chega a amolar 60 alicates por dia e cobra R$ 2,50 pela amolação mais barata. O negócio já foi tão mais promissor, que chegou a abrir com o famoso Chico Elita, outro amolador, uma loja de amolação no período áureo da Galeria Meta, no começo dos anos 1990. Tímido e falando pouco, Edvaldo admite que, “Dá pra sobreviver e não penso em parar não”.

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Edvaldo é o amolador de alicates e tesouras mais famoso de Rio Branco (Foto: Angela Peres/Secom)

E a PEC das domésticas?

O país inteiro discute nas últimas semanas a Emenda Constitucional 72, conhecida como PEC das Domésticas, que iguala os direitos trabalhistas dos trabalhadores domésticos como os dos outros trabalhadores. Com a publicação da emenda, os trabalhadores domésticos (empregadas, babás, motoristas, caseiros) também garantiram direitos como controle da jornada de trabalho, com limite de 8 horas diárias e 44 horas semanais, pagamento pelas horas extras, FGTS obrigatório e seguro-desemprego.

A medida já está valendo e agora trabalhadores domésticos e patrões devem se adequar ao que determina a lei. O Sindicato das Domésticas do Acre espera aproveitar o momento de implantação da PEC entre as empregada domésticas tanto para fortalecer o sindicato quanto para mostrar as domésticas seus direitos agora garantidos por lei. “O Ministério do Trabalho e IBGE ainda não conseguiram fazer um levantamento do número de domésticas no Acre, principalmente porque a maioria ainda não tem a carteira assinada. Hoje temos 120 filiadas, mas queremos aumentar esse número”, explica Jane Aparecida Silva, presidente do sindicato.

Ex-domésticas líderes do sindicato comemoram aprovação da PEC das domésticas (Foto: Angela Peres/Secom)

Ex-domésticas líderes do sindicato comemoram aprovação da PEC das domésticas (Foto: Angela Peres/Secom)

A própria diretoria do sindicato é formada por ex-domésticas e todas comemoram a PEC. “A partir do momento que a PEC existe, a profissão se valoriza. Elas precisam saber essas informações. O próprio patrão vai tirar vantagens com o controle do ponto e a carteira assinada, evitando possíveis processos trabalhistas”, reforça Ângela Claudia, primeira secretária, que trabalhou como doméstica desde os 13 anos.

“Essa não é uma profissão qualquer. Você levanta cedo, cuida de uma família o dia inteiro e quando chega em casa ainda tem que cuidar da sua. Tem que ter amor. E a gente se apega”, ressalta Ângela. Jane ainda completa, “Passamos por muitas coisas. Até mesmo hoje vemos os filhos dos patrões se formando na faculdade, enquanto alguns filhos de domésticas se formam no crime”.

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