Trabalho dos profissionais da UTI de isolamento apresenta bons resultados

Primeira paciente com a Covid-19 internada na área de isolamento do Pronto-Socorro já recebeu alta da UTI

Como se estivessem cuidando de um pai, mãe, irmão ou um amigo, é com essa mesma dedicação que os profissionais da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de isolamento do Pronto-Socorro de Rio Branco estão atuando dia e noite para garantir a melhora do quadro de saúde dos pacientes acometidos pelo vírus da Covid-19.

O local dispõe de banheiro e copa para alimentação, que ficam na área externa da UTI para que não haja nenhum tipo de contaminação Foto: Junior Aguiar

Diariamente, saem de suas casas deixando seus familiares com a nobre missão de cuidar do próximo, essa tem sido a rotina e a missão de todos dentro do hospital, especialmente os que estão atuando na área de isolamento.

Na linha de frente, estes são os soldados com a função de proporcionar os cuidados necessários para a recuperação dos pacientes.

Resultados

Dedicação esta que já mostra resultados positivos, pois as duas primeiras pacientes a utilizarem as UTIs reservadas para o tratamento da Covid-19 já apresentam melhoras significativas, uma inclusive já teve alta na última quinta-feira, 2, e aguarda na enfermaria do setor de isolamento a liberação médica para retornar a sua casa.

Na UTI, os cuidados são intensos, os detalhes são imprescindíveis, a atenção é fundamental, proteção, higienização e assistência. Com esse olhar humanizado, os profissionais da UTI estão preparados para atender a quem necessita.

Dedicação

A enfermeira e coordenadora da área de isolamento para a Covid-19, Edna Lopes Monteiro, conta que o trabalho chega a ser um pouco mais exaustivo, pois o trabalho de UTI, em si, já é mais desgastante do que o normal, porque os pacientes são mais debilitados e totalmente dependentes.

“O fato de você ter que trabalhar totalmente paramentado num ambiente de isolamento social, de contato com o paciente, com isolamento respiratório, acaba dificultando um pouco mais o serviço”, explica Edna.

Sobre as dificuldades, com relação à necessidade de utilizar todos os equipamentos de proteção, a coordenadora explica:

“Víamos, às vezes, no jornal aquela questão de ficar com a paramentacão, as marcas das máscaras cirúrgicas no rosto. Não sabíamos que isso fosse acontecer, mas temos profissionais aqui que já estão ficando com os rostos feridos. Isso acaba complicando um pouquinho, só que ao mesmo tempo está sendo gratificante por ser trabalho novo e que vem apresentando bons resultados”, enfatiza a enfermeira.

Isolamento

O período de trabalho dentro da área de isolamento varia. Alguns profissionais diaristas passam 6 horas no plantão, de segunda a sexta, e 6 horas à tarde, já outros passam 12 horas corridas, que são os plantonistas. O local dispõe de banheiro e copa para alimentação, que ficam na área externa da UTI para que não haja nenhum tipo de contaminação.

“Ficamos exclusivamente dentro do setor, da hora que chegamos até o horário que saímos. Quando vamos para casa, desparamentamos, tomamos banho de corpo todo, lavamos o cabelo, tudo, e vestimos uma roupa limpa para poder ir pra casa.

Relação familiar

Sobre o distanciamento familiar, Edna conta com os olhos marejados, sobre como está sendo a relação com seu filho e sua mãe.

Eu acredito que com as medidas certas, seguindo as orientações, a gente vai conseguir reverter esse quadro”, conta Edna na área externa da UTI Foto: Junior Aguiar

“Está sendo um pouco difícil, tenho um filho de 15 anos, ele dormia comigo. Não estou dormindo com ele, agora dormimos em cantos separados, e a gente só se ver de longe. Eu estou com mais de um mês que não vejo minha mãe, ela tem 65 anos e ela também tem patologia de base, na Itália é um grupo de risco, então não estamos vendo ela, que está totalmente isolada, mas nos falamos por telefone, todos os dias”.

Sobre sua expectativa quanto ao vírus, a coordenadora da UTI comenta:

“Eu acredito que com as medidas certas, seguindo as orientações, a gente vai conseguir reverter esse quadro. A população tem que seguir as orientações de higiene das mãos, do contrato social, e distanciamento. Nesse momento está difícil, mas é preciso esperar passar esse período de pico para que a gente possa quebrar esse círculo”, conclui Edna.

Equipe

Profissionais durante procedimentos Foto: Junior Aguiar

Atualmente, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) disponibilizou equipes formadas por um médico, fisioterapeuta, técnico de enfermagem, enfermeiro, equipe da limpeza e administrativo.

“Toda nossa equipe foi treinada, uma jornada intensa das ações dos profissionais que são extremamente qualificados tanto que as duas pacientes que chegaram evoluíram muito bem na medida do possível, uma inclusive já recebe alta”, expõe o diretor do Pronto Socorro, Areski Peniche.

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