Tecnologias têm apoiado ações de campo nesta alagação

Unidade metereológica possui atualização de 15 em 15 minutos (Foto: Diego Gurgel/Secom)
Unidade metereológica possui atualização a cada 15 minutos (Foto: Diego Gurgel/Secom)

O governo do Estado tem à sua disposição tecnologias que estão permitindo planejamento antecipado para o trabalho da alagação 2014. Fato que se deve às análises produzidas pela Unidade Hidrometeorológica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA). O monitoramento reúne informações das diversas plataformas estabelecidas no estado, assim como acompanhamento contínuo por satélite.

No Acre são 17 plataformas telemáticas, que possuem coleta automática de dados. Mais 12 plataformas convencionais – todas com a parceria da Agência Nacional de Águas (ANA), que soma 29 plataformas que acompanham os eventos hidrológicos em tempo real, como os níveis e a vazão dos rios, e precipitação. Soma-se a essa rede o sistema de leitura por réguas, que gera redundância dos dados e mais confiabilidade.

A telemetria  é uma tecnologia que permite a medição e comunicação de informações. Cada plataforma é composta por pluviômetro, antena e datalogger (que armazena e registra os dados). Então, dados sobre precipitação, pressão, temperatura e umidade relativa são reunidos e compartilhados, o que permite que todas as análises e ações sejam estabelecidas.

Estação instalada no Parque Estadual Chandless (Foto cedida)
Estação instalada no Parque Estadual Chandless (Foto cedida)

“Esses dados permitem que a gestão do comitê que atua na cheia possa tomar as melhores decisões”, é o que explica a doutora Vera Reis, assessora da SEMA. Os relatórios têm ainda o apoio do satélite Meteosat, GOES e TRMM, os radares do Sipam, além dos modelos numéricos do Inmet, Cptec/Inpe e Sipam. Dados que determinam se a situação vivida é de atenção, alerta ou emergência.

Segundo o meteorologista do Sipam, Luiz Alves – que trabalha em parceria com a Sema –   que a previsão de chuvas é a tendência, por isso o rio Acre deve permanecer elevando-se ou estagnar nos altos níveis na qual o mesmo se encontra.  O que reforça a metereologista Alane Saldanha explica: “É um sistema de alta pressão que atua sobre a Bolívia em altos níveis atmosféricos e que causa chuva em suas extremidades. Como a natureza tende ao equilíbrio, está ocorrendo um sistema de baixa pressão em baixos níveis. Os sistemas de baixos níveis costumam acarretar em instabilidade, devido a convecção (levantamento de ar úmido a partir da superfície), que se condensa em altitude formando nuvens e o resultado são as chuvas acima das médias de precipitação que estamos vivendo aqui no Acre e em Rondônia também”. O que é possível de se visualizar na imagem abaixo:

O círculo anti-horário sobre a Bolívia está gerando diferente pressões ao seu redor
O círculo anti-horário sobre a Bolívia está gerando diferentes pressões ao seu redor

Os técnicos realizam o refinamento da malha, ou seja, é coletada a imagem do satélite referente a toda a América do Sul, então é feito o recorte para o Acre, calibrando os dados para a realidade local. Isso se deve a um script desenvolvido especificamente para esse trabalho, que tem como resultado o sistema TerraMA², que realiza monitoramento, análise e alerta.

Outro destaque é o modelo numérico, que realiza previsões matemáticas. “Lançamos os dados das cotas dos afluentes e cabeceiras e então é possível calcular o quanto os rios principais vão subir. Essa projeção é visível em um gráfico e nos dá antecipação sobre a provável realidade do dia seguinte”, salienta ainda a doutora Vera Reis.

Previsão do tempo

A previsao

A projeção para amanhã, 22,  é de chuva em todo Estado, com maior intensidade sobre o oeste acreano, onde, Cruzeiro do Sul, poderá acumular até 15 mm de chuva. No entanto, segue sem alterações significativas nos valores de umidade, vento e temperatura.