A Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio do Núcleo de Alimentação e Nutrição, realiza nos dias 2 e 3 de julho, no auditório da Livraria Paim, a Oficina de Prevenção das Carências Nutricionais na Primeira Infância no Estado do Acre.
O evento reúne profissionais da assistência, gestores das secretarias municipais de saúde e representantes da sociedade civil organizada, como o Conselho Estadual da Saúde (CES), o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a Câmara Técnica Estadual Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Acre (Cosems/AC).
A retomada da Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes em Pó – NutriSUS, principal pauta da programação, visa a prevenção das carências nutricionais em crianças de 6 a 23 meses, prioritariamente para estados do Norte, e crianças de 6 a 59 meses nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSei).
“Nesta nova fase, implementaremos o NutriSUS a partir da atenção primária à saúde, como parte do cuidado integral às crianças na primeira infância, de seis (meses) a menores de vinte e quatro meses”, destaca a coordenadora geral de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde, Kelly Alves.

A principal inovação da ação é o novo modelo operacional, que prevê a entrega dos sachês de micronutrientes às famílias nas unidades de saúde da Atenção Primária. “A estratégia consiste na administração, pela família, de um sachê em pó com quinze micronutrientes, que deve ser oferecido em uma das refeições diárias da criança. Os profissionais de saúde farão a dispensação nas Unidades Básicas de Saúde, como parte do cuidado integral à saúde das crianças de seis a vinte e três meses”, completa a coordenadora do Ministério da Saúde.
O evento também conta com a presença de representantes dos municípios acreanos. “Essa oficina conta com a presença de gestores municipais da gestão e assistência dos 22 municípios, além da sociedade civil organizada, como o Conselho Estadual de Saúde. O objetivo é trabalhar especialmente a implementação do NutriSUS, uma estratégia de fortificação da alimentação infantil que previne as carências nutricionais. No Acre, antes eram nove municípios atendidos e agora vamos expandir para os 22 municípios. Todas as crianças a partir do sexto mês de vida receberão o sachê nas unidades de saúde”, explica a chefe do Núcleo de Alimentação e Nutrição da Sesacre, Deltirene Cardoso.
A iniciativa também envolve diversas secretarias para assegurar a identificação precoce e intervenção rápida nas situações de insegurança nutricional. “É um projeto que visa realizar um trabalho transversal, não sendo responsabilidade apenas da Secretaria de Saúde. Estamos atuando como apoiadores, realizando o diagnóstico, e trabalhando junto à Secretaria de Assistência Social e à Secretaria de Agricultura para, ao identificar a insegurança nutricional da criança, agir e intervir em tempo hábil”, afirma a secretária adjunta de Saúde, Ana Cristina Moraes.

A secretária reforça, ainda, o comprometimento das gestões municipais na expansão do programa. “Essa é uma estratégia para garantirmos o bem-estar das nossas crianças. Estamos em contato com todas as secretarias municipais de saúde. Antes, o projeto atendia apenas crianças menores que frequentavam creches, mas o Ministério da Saúde inovou e ampliou para todos os municípios do estado. As secretarias municipais serão responsáveis pela distribuição desse sachê”, ressalta Ana Cristina Moraes.
Dados recentes indicam que, no Acre, 12,1% dos domicílios avaliados estão em risco de insegurança alimentar, o que corresponde a 6.729 domicílios. A região Norte do país é a que apresenta o maior percentual de domicílios com insegurança alimentar grave (7,1%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a nutricionista da equipe multiprofissional do município de Brasileia, Larissa de Araújo, a oficina tem um significado especial. “Essa oficina é muito importante para nós, porque traz o olhar voltado para a primeira infância e a questão da necessidade de nutrientes e sua administração nesse período. Esse é o primeiro passo para que as crianças tenham uma alimentação e uma saúde saudável na adolescência, na vida adulta e, principalmente, na terceira idade. É um momento fundamental, um aprendizado que vai transformar a vida de todas as crianças do nosso município de Brasileia”, finaliza.