Saúde participa de roda de conversa com a imprensa sobre suicídio

Roda de conversa foi uma iniciativa do MPE e contou com a presença de diversos jornalistas (foto: Júnior Aguiar)

O Núcleo de Prevenção ao Suicídio do Hospital de Urgências e Emergências de Rio Branco (Huerb), representado pela psicóloga Andreia Vilas Boas, participou do encontro promovido pelo Ministério Público do Acre (MPAC) com os profissionais de imprensa de Rio Branco.

O evento foi realizado no Complexo Administrativo do MPAC, no centro de Rio Branco, e contou com a participação de magistrados, jornalistas, professores do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) e representantes do Sindicato de Jornalistas do Acre (Sinjac).

Com o tema “O direito à vida e o papel do Estado e da imprensa na disseminação da informação”, a roda de conversa teve o objetivo de debater o assunto e promover uma reflexão sobre o papel da imprensa na disseminação de notícias sobre suicídios.

“Nós entendemos ser necessário debater esse tema face aos últimos acontecimentos que comoveram a nossa sociedade, e resolvemos iniciar um trabalho de discussão do tema. Todos nós temos uma responsabilidade pessoal e profissional quanto a essa questão”, disse a procuradora de Justiça Patrícia Rego.

Andreia Villas Boas apresentou dados sobre o número de tentativas no Huerb ao longo dos últimos sete anos e observou que esse houve um aumento após a divulgação maciça pela mídia de mortes por suicídio no fim do mês de julho.

“A imprensa é muito importante na prevenção do suicídio, mas é mais importante ainda pensar na forma como a notícia é veiculada. Não é aconselhável noticiar os métodos que foram utilizados, pois estudos demonstram que a ampla divulgação de um caso de suicídio estimula quem já tem comportamento suicida a consumar o ato. O papel da imprensa tem a intenção de divulgar meios os de prevenção, os locais onde essa pessoa com depressão pode buscar ajuda”, explica.

A professora do curso de Jornalismo da Ufac Juliana Lofêgo falou dos impactos e efeitos na sociedade que a maneira como as notícias e os fatos são divulgados têm. Ela lembrou os princípios do jornalismo, como verdade, responsabilidade e interesse público – que é diferente de interesse do público -, ética, sensacionalismo e como as tecnologias digitais mudaram o acesso à informação e ao conhecimento.

“A mídia tem o dever de publicar informações de interesse público, mas a liberdade de expressão não pode violar outros direitos fundamentais dentro dos limites do jornalismo”, destacou a docente.

Para o presidente do Sinjac, Victor Augusto Farias, o debate é necessário. “Vamos buscar, com essa discussão, orientar em especial os novos profissionais da área e aqueles que não passaram pelo curso de Jornalismo para que tenham cuidado na maneira como vão noticiar esses fatos.”

Coordenadora do Núcleo de Prevenção ao Suicídio do Huerb foi uma das convidadas da roda de conversa (Foto: Júnior Aguiar)

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