Redes Sociais: Uma nova forma de Comunicação Pública

Na sociedade contemporânea, a cultura global orientada por novas tecnologias tem possibilitado e facilitado o compartilhamento de informações e a efetivação da comunicação entre diversos setores e segmentos sociais. Para compreender este contexto, é possível definir como ponto de partida o surgimento e os desdobramentos da internet, que vêm favorecendo conexões e mediando a comunicação, principalmente por meio das redes sociais, como Facebook, Twitter, Youtube e o Instagram.

No mesmo processo em que o avanço tecnológico tem ampliado a possibilidade de interação entre pessoas, organizações e indivíduos, as redes sociais virtuais promovem interação e interatividade via internet, permitindo maior facilidade no estabelecimento de relacionamentos e de informação, estimulando o convívio de diferentes culturas e a pluralidade de vozes. Assim, cada vez mais presentes no cotidiano da sociedade, essas redes estão sendo utilizadas em larga escala e assumindo grande importância política e social.

Exemplo disso, é a interação e o alcance que as instituições públicas atingem por meio das redes sociais, a chamada comunicação organizacional digital. Segundo Tiago Mainieri Oliveira a comunicação é o ponto de partida da comunicação organizacional. Portanto, enquanto um subcampo da comunicação, a comunicação organizacional refletirá o impacto das tecnologias no seu pensar e fazer. Com isso, podemos ver a criação de um novo espaço para a comunicação pública, um novo espaço público de debate, uma via de comunicação direta entre os usuários.

Também podemos considerar as possibilidades de interação e interatividade promovidas pela comunicação em rede e os efeitos positivos para atuação política dos seus usuários. Assuntos que antes pareciam tão complexos e tão distantes da sociedade, hoje estão ao alcance de um click.

O que antes poderia ser assustador em razão do uso das máquinas e um possível enfraquecimento da comunicação tradicional, podemos ver uma nova forma de comunicar, um novo espaço para se fazer comunicação e aproximar a sociedade das instituições públicas por intermédio de textos, ferramentas de áudio e vídeo, ou o um link que conecta a informação principal que a instituição pública quer dar visibilidade.

Para a professora Elisangela Lasta em sua análise disse que em um segundo momento, porém, não há mais só o ambiente tradicional; estamos presenciando a ambiência digital em seu processo contínuo de desenvolvimento como mais um espaço estratégico de comunicação das organizações.

Por outro lado, para a maioria dos usuários o acesso às redes passaram a ser uma necessidade constante. Isso pode ser visto em relação a quantidade de acessos por dia, o que pode ser constatado, as redes sociais deixaram de ser apenas uma forma de se relacionar, tornou-se uma fonte de informação, de oportunidades.

A comunicação governamental no Brasil por meio das redes sociais é um espaço para divulgar ações, acesso às informações de utilidade pública, um espaço de interlocução e de transparência pública.

Nesta forma de comunicação é possível propor um meio de interação através do qual o público e as instituições possam trocar informações, consultar de maneira direta, sem nenhum obstáculo.

O autor Santos diz que a utilização das mídias sociais é uma forma de dilatar os canais de comunicação utilizados pelos órgãos públicos, pois, para o Estado, representa uma plataforma de interação com a sociedade, tanto para divulgação de informações públicas e controle social dos atos administrativos, quanto para o monitoramento do conteúdo resultante dessa interação.

O relatório Digital in 2019, feito pela We Are Social em parceria com a Hootsuite, apontou que 66% da população brasileira é usuária das redes sociais. Essa porcentagem representa mais de 140 milhões de usuários ativos. O Brasil foi um dos países com maior aumento no número de usuários nas redes, com mais de 10 milhões de novos usuários. Perante esses números, percebe-se que a presença digital de instituições públicas nesse meio se tornou um dever para quem quer se comunicar e fortalecer um público que acompanha suas ações.

O ambiente digital provocou mudanças na forma do setor público se comunicar. A comunicação não pode mais ser transmissiva e unilateral, é necessário que ela seja transversal gerando um espaço democrático, de interação.

Para não sofrer com manobras e manipulações, a melhor forma é buscar estar sempre informado e conhecer os verdadeiros fatos com o melhor conhecimento. E não adianta dizer que não faz parte, a tecnologia e a forma de comunicação que existe hoje está ligada e vinculada a todas as outras, desde serviços básicos, a educação, a forma como compramos e vários outros pontos.

Nós sabemos que a tecnologia não determina a sociedade. A sociedade é que dá forma à tecnologia de acordo com as necessidades, valores e interesses das pessoas que as utilizam. Além disso, as tecnologias de comunicação e informação são particularmente sensíveis aos efeitos dos usos sociais da própria tecnologia.

Castells em seu livro Sociedade em Redes fala que a história da internet nos fornece amplas evidências de que os utilizadores, particularmente os primeiros milhares, foram em grande medida, os produtores dessa tecnologia.

Portanto, acompanhar, monitorar e manter uma observação podem ajudar as instituições e pode servir de base teórica para a futuras análises na verificação da eficácia das mídias utilizadas e o conteúdo oferecido ao público.

Luana Lima é Jornalista da Agência de Notícias do Acre

Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo na Universidade Federal do Acre (UFAC)

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