Polícia Civil do Acre prende em Goiás acusado de assassinatos em série no Juruá

Adroaldo de Oliveira protagonizou a maior fuga em presídios no Estado e é suspeito de matar mais de 20 pessoas no Brasil e Peru

Desembarcou no início da madrugada desta terça-feira, 21, no Aeroporto Internacional de Rio Branco, em voo de linha proveniente da cidade de Goiânia (GO), o acusado de assassinatos em série Adroaldo de Oliveira Souza, 32. Ele chegou por volta de 2 horas da madrugada escoltado por investigadores do Grupo Especial de Capturas (Gecapc) e da direção-geral da Polícia Civil.

Sentenciado a 75 anos de cadeia por homicídio e tráfico internacional de drogas, ele cumpria pena no presídio Francisco Conde, porém, apesar do histórico de crimes, conseguiu, em 2008, licença para passar sete dias em tratamento de saúde e não retornou ao presídio.

Na época, Adroaldo atravessou o país e, depois de passar mais de dois anos na impunidade, vivendo com a mulher e filhos no Estado de Goiás, foi preso pelo Grupo de Capturas na última quinta-feira, 16, em Aparecida de Goiânia (GO), região metropolitana da capital goiana. Durante cerco policial bem articulado pela Polícia Civil, ele não teve chance de reagir e acabou surpreendido pelos investigadores, em uma garagem de revenda de carros.

Adroaldo estava sendo monitorado pela Polícia Civil acreana desde fevereiro deste ano. No dia 4 do mesmo mês, conseguiu, com a ajuda da mulher, escapar de uma ação do investigador Benício de Araújo.

No Acre, Adroaldo de Oliveira é sentenciado a 75 anos de reclusão pelos crimes de homicídio e tráfico internacional de drogas. Segundo as investigações, ele teria matado várias pessoas com requintes de perversidade. Entre as vítimas constam o motorista da antiga Seater Manoel Costa de Araújo, conhecido por “Manu”, e o taxista Djacy Cruz da Rocha, o “Sabiá”. Este último teve braços e pernas amputados e teria sido queimado vivo, dentro do próprio táxi.

A brutalidade ocorreu na BR-307, zona rural de Cruzeiro do Sul, no dia 28 de dezembro de 2004, mesmo dia em que executou a tiros de escopeta o servidor público Manoel Costa, que havia testemunhado contra o criminoso durante um julgamento de homicídio. O irmão dele, Isaias de Oliveira Souza, também foi denunciado pelos crimes e sentenciado a 24 anos de reclusão (preso no complexo penitenciário do Estado), em Rio Branco.

Em Goiás, onde morou por mais de dois anos sem ser importunado pela polícia, usava o nome falso de Adriano Souza da Silva e comandava a distribuição de drogas na região de Aparecida de Goiânia. A polícia local aponta o criminoso como responsável por movimentar cerca de 60 quilos de droga por mês, a maioria cocaína, e de envolvimento em pelo menos 18 homicídios relacionados ao tráfico de entorpecente.

O secretário da Polícia Civil, Emylson Farias, elogiou a ação do Gecapc na investigação que culminou na captura do assassino em série. Farias disse que a prisão do responsável por ameaçar a ordem pública, mortes e fuga do presídio Manoel Néri, em Cruzeiro do Sul, pelo grau de periculosidade, foi complexa e exigiu técnica apurada dos investigadores.

O secretário explicou que esse tipo de ação só é possível porque o governo do Estado tem investido de forma sistêmica no fortalecimento dos órgãos de segurança pública. “Cabe ressaltar que o governador Tião Viana mais uma vez se dispôs a ajudar a fortalecer a inteligência policial”, observa o chefe de polícia.

 “Temos certeza de que se trata de um criminoso frio e sádico. Quanto às mortes de dois indivíduos supostamente peruanos imputadas a Adroaldo de Oliveira, ocorridas na Serra do Divisor, não houve representação, consequentemente ficou impraticável a identificação, uma vez que os restos mortais encontrados pela polícia não possuíam condições para identificá-los”, reiterou Emylson.

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