Papa defende o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável

 

 Para o papa, a humanidade vive um momento chave onde deve rever seus modelos de desenvolvimento e consumo (Foto: Arquivo Secom)
Para o papa, a humanidade vive um momento chave e deve rever seus modelos de desenvolvimento e consumo (Foto: Arquivo Secom)

Em um momento inédito na história do Vaticano, o papa Francisco lançou a encíclica Louvado Seja – conhecida como encíclica verde –, uma carta com orientações para a igreja. Para salvar o planeta, Francisco defende uma mudança radical no modelo econômico e no estilo de vida das pessoas. O documento, de 192 páginas, defende principalmente o meio ambiente, pede um novo modelo de desenvolvimento, uma nova definição de progresso que não se baseie apenas no modelo econômico e tecnológico, mas numa economia sustentável.

O papa defendeu principalmente a argumentação científica de que hoje vivemos o momento de aquecimento global. “É verdade que há outros fatores (a atividade vulcânica, as variações da órbita e do eixo da Terra ou o ciclo solar), mas numerosos estudos científicos indicam que a maior parte do aquecimento global das últimas décadas se deve à grande concentração de gases de efeito estufa (anidrido carbônico, metano, óxidos de nitrogênio e outros) emitidos sobretudo em decorrência da atividade humana”, afirma Francisco.

Instituições que agem em defesa do meio ambiente, como o WWF e o Greenpeace, comemoraram a encíclica. O governador Tião Viana também se mostrou bastante orgulhoso pelo posicionamento do pontífice, tendo em vista o projeto de desenvolvimento econômico sustentável em aplicação no Acre.

A encíclica é publicada num momento em que o debate sobre o aquecimento está muito presente, já que Paris (França) receberá no fim do ano a cúpula internacional na qual se deverá aprovar o novo protocolo de redução de emissões de gases de efeito estufa, que será aplicado a partir de 2020, a COP 21. O governo do Acre participará do evento mundial, levando suas práticas sustentáveis para troca de experiências e aprendizado com outros países.

Conheça algum dos principais pontos da lista:

1 – O papa pede “mudanças profundas” nos estilos de vida, nos modelos de produção e consumo e nas estruturas de poder.
2 – Critica “a rejeição dos poderosos” e “a falta de interesse dos demais” pelo meio ambiente.
3 – Afirma que a Terra “parece se transformar cada vez mais em um imenso depósito de lixo”.
4 – O papa pede para “limitar ao máximo o uso de recursos não renováveis, moderar o consumo, maximizar a eficiência do aproveitamento, reutilizar e reciclar”.
5 – Ele se refere a “uma indiferença geral diante do trágico aumento de migrantes fugindo da miséria, piorada pela degradação ambiental”.
6 – Critica a privatização de água, um direito “humano básico, fundamental e universal que determina a sobrevivência das pessoas”.
7 – Assegura que “os mais graves efeitos de todas as agressões ambientais são sofridos pelo povo mais pobre” e fala de uma verdadeira dívida ecológica’ entre o Norte e o Sul”.
8 – Refere-se ao “fracasso” das cúpulas mundiais sobre meio ambiente, nas quais “o interesse econômico prevalece sobre o bem comum”.
9 – Aponta para o “poder conectado com as finanças” como o responsável de não prevenir e resolver as causas que originam novos conflitos.
10 – O papa acredita que é necessário “recuperar os valores e os grandes fins arrasados por um desenfreamento megalômano”.
11 – “Quando não se reconhece (…) o valor de um pobre, de um embrião humano, de uma pessoa com incapacidade, dificilmente se escutarão os gritos da própria natureza”.
12 – Para o papa, “é uma prioridade o acesso ao trabalho por parte de todos”.
13 – Entende que “às vezes pode ser necessário colocar limites a quem têm maiores recursos e poder financeiro”.
14 – Pede que as comunidades aborígines se transformem “nos principais interlocutores” do diálogo sobre meio ambiente.
15. Critica a “lentidão” da política e das empresas, que situa “longe de estarem à altura dos desafios mundiais”.
16 – O papa acredita que a “salvação dos bancos a todo custo (…) só poderá gerar novas crises”.
17 – Critica que a crise financeira de 2007-2008 não tenha criado uma nova regulação que “levasse a repensar os critérios obsoletos que continuam regendo o mundo”.
18 – Assegura que as empresas “se desesperam com o lucro econômico” e os políticos “por conservar ou acrescentar o poder” e não para preservar o meio ambiente e cuidar dos mais frágeis.
19 – Acredita que a solução requer “educação na responsabilidade ambiental, na escola, na família, os meios de comunicação, na catequese”.
20 – O papa encoraja os cristãos a “ser protetores da obra de Deus porque é parte essencial de uma existência virtuosa”.

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