“O novo coronavírus é um adversário a ser vencido com bom senso, empatia, equilíbrio e união”, dizem governadores

O governador Gladson Cameli se reuniu, virtualmente, com os governadores de todos os estados brasileiros na tarde desta quarta-feira, 25, para discutir ações de combate ao novo coronavírus. A videoconferência foi realizada depois do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro realizado na noite de terça-feira, 24, quando Bolsonaro criticou governadores por medidas de restrições que estão sendo adotadas para minimizar os efeitos da pandemia.

Videoconferência foi realizada na tarde desta quarta-feira Foto: Diego Gurgel/Secom

Gladson voltou a falar que a prioridade do governo do Acre é salvar vidas. “Os casos da Covid-19 estão aumentando no Acre. Vamos continuar tomando as medidas que forem necessárias para salvar vidas. “Assuntos relevantes foram definidos. Na Carta definimos como prioridade a saúde pública da nossa população. Apresentei junto aos colegas a proposta de compra consorciada de medicamentos e insumos necessários para conter a pandemia do Covid-19 no nosso país, pois unidos poderemos obter descontos na aquisição desses produtos””, disse o governador durante a videoconferência do Fórum dos Governadores.

Desta forma, o governo do Acre mantém todas as medidas necessárias adotadas no sentido de resguardar o isolamento social visando promover a quebra da linha de contágio. Durante o encontro, o governador Gladson propôs que fossem criados mecanismos para compras consorciadas entre os estados. “Conversei com vários deputados federais do Acre, nossa sugestão é fazer compras em conjunto, traçarmos os trâmites legais”, destacou.

Já o governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou a importância da definição de um posicionamento de colaboração entre os governadores. “Há a necessidade de fazer regramento em questões conflitantes, precisamos de caminhos que deem legalidade às ações”, defendeu.

Após a explanação dos representantes dos estados foi elaborada uma Carta dos Governadores do Brasil.

Dentre as solicitações pactuadas pelos governadores está a suspensão, pelo período de 12 meses, do pagamento da dívida dos Estados com a União, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também de organismos internacionais como Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Os governadores pedem, ainda, a abertura da possibilidade de quitação de prestações apenas no final do contrato, além da disponibilização de linhas de crédito do BNDES para aplicação em serviços de saúde e investimentos em obras.

Outra medida que consta na Carta é a adoção de políticas emergenciais capazes de mitigar os efeitos da crise sobre as parcelas mais pobres da população, principalmente no tocante aos impactos sobre o emprego e a informalidade, avaliando a aplicação da Lei nº 10.835, de 8 de janeiro de 2004, que institui a renda básica de cidadania, a fim de propiciar recursos destinados a amparar a população economicamente vulnerável.

Na área da saúde, os governadores pedem a ampliação do apoio do governo federal para a aquisição de equipamentos e insumos necessários à preparação de leitos, assistência da população e proteção dos profissionais de saúde.

“No que diz respeito ao enfrentamento da pandemia global, vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência, seguindo orientação de profissionais de saúde e, sobretudo, os protocolos orientados pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”, diz parte da Carta.

Outro desdobramento do encontro foi a definição de novas videoconferências, com a proposta de uniformizar métodos e definir novas ações consorciadas.

A primeira reunião conjunta de todos os governadores desde o início da crise causada pelo avanço da Covid-19 foi coordenada pelo governador de São Paulo, João Dória.

“Sem diálogo não venceremos a pior crise de saúde pública da história de nosso país. A nossa prioridade é salvar vidas. Estamos preocupados com as vidas de brasileiros em nossos estados. Preservando também empregos e o mínimo que a economia possa se manter ativa. Os estados estão conscientes disso e os governadores também”.

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