No Acre, número de doadores de medula óssea não chega a três mil

Leane Cordeiro decidiu doar sangue pela primeira vez e escolheu o dia do seu aniversário, 6 de setembro, para realizar esse ato solidário. A geógrafa de 31 anos foi convidada pela equipe do Hemoacre, em Rio Branco, para se cadastrar também como doadora voluntária de medula óssea, mas ela tinha muitas dúvidas sobre o procedimento.

“Não sabia direito como funcionava, e o que me dava medo era a forma de coleta da medula caso eu fosse selecionada. Hoje pude entender o procedimento, e é simples. Com certeza, vou me cadastrar”, comentou.

Assim como Leane, muitas pessoas não têm conhecimento sobre o assunto e acabam não compreendendo a importância desse gesto, que pode salvar uma vida.

Atualmente no Acre, em uma população de 800 mil habitantes, menos de três mil são cadastrados como doadores de medula óssea.

Leane Cordeiro: "Perdi o medo, vou me cadastrar como doadora" (Foto: Alexandre Noronha/Secom)
Leane Cordeiro: “Perdi o medo, vou me cadastrar como doadora” (Foto: Alexandre Noronha/Secom)

Ser doador de medula óssea é um ato de coragem e amor. “O doador de medula ama outra pessoa sem a conhecer, isso porque, no momento em que você se torna um doador voluntário, seus dados são enviados para um único registro nacional do Ministério da Saúde, o REDOME [Registro de Doadores de Medula]. Se o sistema encontrar um paciente compatível com o doador, o ministério entra em contato para colher nova amostra de sangue e confirmar a compatibilidade”, comentou Quésia Nogueira, responsável pelo setor de captação do Hemoacre.

A compatibilidade de medula é determinada pela genética, e a chance de encontrar um doador compatível com um paciente é em média 1 em 100 mil, segundo o  Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Popularmente conhecida por “tutano”, a medula óssea é um tecido gelatinoso encontrado no interior dos ossos, que contém as células-tronco responsáveis pela fabricação das células sanguíneas: as hemácias, os leucócitos e as plaquetas.

O transplante de medula óssea é o tratamento indicado para algumas doenças malignas que afetam as células do sangue, como a leucemia. A medula espinhal não é afetada no transplante de medula óssea, portanto, não existe risco de perda dos movimentos.

O que fazer para ser um doador voluntário de medula óssea

1º Passo : Cadastrar-se

O cadastro pode ser feito em campanhas de doação ou em um hemocentro. Em média, dois meses após o cadastro os dados estarão disponíveis no REDOME.

2º Passo: Esperar

A compatibilidade de medula é determinada pela genética e a chance de encontrar um doador compatível com um paciente é em média 1 em 100 mil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Se o sistema encontrar um paciente compatível com o doador, eles entrarão em contato para colher uma nova amostra de sangue e confirmar a compatibilidade.

3º Passo – Confirmada a compatibilidade, fazer a avaliação médica.

“Ao ser chamado para doar, um médico irá avaliar o estado de saúde do doador, e novos exames serão feitos. Com base nos resultados e da doença do paciente que irá receber a medula óssea, o médico vai explicar qual será o tipo de coleta: através de aférese [filtragem do sangue] ou de punção no osso da bacia”, explicou Quésia Nogueira.

4º Passo – Fazer a doação

Há duas maneiras de se coletar medula óssea:

O primeiro modo é a coleta pelo osso da bacia: é realizado com agulha na região da nádega – o procedimento dura 60 minutos e é feito com anestesia. O doador fica um dia em observação após o término do procedimento.

O segundo modo é a coleta pela veia: o doador toma um remédio durante cinco dias para aumentar a produção de células-tronco. No sexto dia, as veias do doador estão cheias de células-tronco. O sangue pode ser filtrado por uma máquina, que retira as células-tronco e devolve o sangue para as veias.

A medula espinhal não é afetada no transplante de medula óssea, portanto, não existe risco de perda dos movimentos.

 

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