Mulheres recebem apoio do Estado para superar violência

A cada hora e meia uma mulher morre vítima de violência no Brasil. Por pouco Marlene (nome fictício) não faz parte dessa estatística. No final do ano passado, seu marido tentou matá-la asfixiada. Casados há 14 anos, ela diz que não brigavam.

Com medo, Marlene se viu obrigada a sair de sua cidade natal, teve que abrir mão do convívio com a família e de uma vida confortável. Foi na Casa Abrigo Mãe da Mata, em Rio Branco, que encontrou forças para recomeçar. “Quando se vive uma situação inesperada e trágica é de suma importância o carinho e o acolhimento que nos são dispensados no abrigo”, conta.

Violência Contra a Mulher - Edna Medeiros
Marlene revela que sente pavor todas as vezes que sai às ruas com medo de encontrar com o seu agressor (Foto: Edna Medeiros/Secom)

Dois meses após a agressão, voltou a trabalhar e alugou uma casa em Rio Branco. Ela revela que sente pavor todas as vezes que sai às ruas, temendo deparar com seu agressor. “Vivo prisioneira dentro de minha própria casa. Ele me disse que iria terminar o que começou”, revela.

De responsabilidade do governo do Estado, a Casa Abrigo Mãe da Mata foi planejada para acolher mulheres vítimas de violência com risco de morte. O secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Gabriel Gelpke disse ter uma atenção especial pelo local e pelas mulheres que o procuram.

 

Mulheres lutam para quebrar ciclo da violência no Acre

A violência contra mulheres é uma grave violação dos direitos humanos. Geralmente começa com o sonho de um casamento feliz. Mas, para 43% das brasileiras, o sonho se transforma em tristeza e dor. Apesar de ser um crime, as agressões seguem vitimando milhares de cidadãs diariamente.

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Foto: Ângela Peres/Secom

Aline (nome fictício) foi vítima da violência do companheiro durante 15 anos. No último ataque, teve um braço quebrado, um corte profundo na cabeça e vários hematomas na barriga. Mas o que mais doeu foi ver o marido agredindo sua filha de 13 anos: “Essa dor até hoje não passou”.

Seu impacto tem consequências físicas e emocionais. A ação não tem consequências negativas somente para as mulheres, mas também para suas famílias, para a comunidade e para o país em geral.

De acordo com a coordenadora da Casa Abrigo Mãe da Mata, Juraci Duarte, o primeiro passo para o rompimento com essa realidade precisa ser dado pela vítima. “Elas tentam quebrar o ciclo de violência, mas a falta do apoio da família e de formação profissional são fatores preponderantes para a manutenção da situação”, destacou.

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