Um dos entrevistados do Boletim Aldeia na última quarta-feira, 28, foi o chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Eufran Amaral. O tema discorreu sobre a cadeia produtiva do bambu e seu potencial. Apresentado pela jornalista Larissa Costa, o boletim é transmitido pela TV Aldeia Rio Branco (Canal 2) e assinantes da NET (canal 13) e pelo Facebook Rede Aldeia de Comunicação.

A Embrapa é uma das responsáveis pela pesquisa científica e pelo levantamento natural da planta. O conteúdo dessa pesquisa figura no livro “Bambus no Brasil: da Biologia à Tecnologia”, organizado pelos pesquisadores Patrícia Drumond e Guilherme Wiedman.

Um dos pontos da entrevista foi sobre a importância do livro como parte do Projeto Execução de Atividades previstas no Memorando de Entendimento entre o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China para cooperação bilateral em ciência e tecnologia na área de desenvolvimento em bambu, coordenado pela Embrapa Acre.

“O livro é muito importante porque representa uma síntese de todos os estudos desenvolvidos no Brasil. Traz resultados de vários pesquisadores e é uma obra com informações de qualidade de várias instituições que possa auxiliar no desenvolvimento e consolidação da cadeia produtiva do bambu no Brasil”, comentou Amaral.

Livro organizado pela Embrapa no Acre representa uma síntese de todos os estudos desenvolvidos sobre o bambu no Brasil (Rose Farias)

Sobre o Bambu

O Acre possui a maior floresta de bambu nativo com 4,5 milhões de hectares, segundo dados da Embrapa.  Esses indicadores são referenciais que chamam à atenção de pesquisadores e empresários.

“Esse bambu está distribuído nos 22 municípios. Chamamos aqui de taboca, taboquinha, bambu brabo. Hoje a dificuldades é que ele está no meio da floresta o nosso desafio é dar condições de logística para acessar essa matéria-prima. Para você ter ideia da importância de desenvolver do bambu, a China possui 5, 5 milhões hectares e o Acre sozinho possui 4,5 milhões”.

Para fomentar a cadeia produtiva do bambu, nos últimos anos o governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Sect), da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) e gabinete da primeira-dama Marlúcia Cândida, e instituições parceiras vem promovendo ações de fomento à pesquisa e viabilidade de comercialização da planta.

Em 2016, foi instituído pelo governo o Plano Estadual de Desenvolvimento do Bambu, coordenado pela Sect em parceria com a Embrapa e outras instituições. O Plano prevê para o desenvolvimento da cadeia o valor de mais de R$ 27,6 milhões. Cerca de R$ 18,7 milhões é referente à pesquisa, mais de R$ 1 milhão para plantio e R$ 7,9 milhões para ações de promoção e capacitação de comunidades.

Sobre o Acre possuir uma política estadual do bambu, Eufran destacou ser de extrema importância. “Temos o governo, por meio da Sect, coordenando essa política, a Embrapa, o Sebrae, com a formação tanto de conhecimento e ações estruturantes. O Acre é o único estado do Brasil que possui uma normativa em relação ao manejo do bambu nativo, isso faz com que tenhamos condições de alavancar a cadeia produtiva com um olhar de negócios”, comentou.

Segundo Eufran, uma das ações previstas como prioritárias para esse ano é o desenvolvimento das cadeias do carvão de bambu e uso do broto de bambu. “Promover essas duas cadeias fará com que a gente avance em realmente ter resultado de negócios no estado. O bambu tem mais de dois mil produtos, da construção civil, artesanato, móveis etc, mas priorizamos o fomento a essas duas por apontar mais rentabilidade”.

Acesse o livro AQUI.