Levantamento aponta potencialidades produtivas dos municípios acreanos

Este é mais um dos resultados da Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal

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Seminário Coletivo Agrário e Florestal reúne representantes de todas as esferas da sociedade em amplo debate sobre as potencialidades produtivas do Estado (Foto: Luiz Felipe Mesquita/Sismat)

O resultado do trabalho de levantamento do potencial das unidades de produção do Acre foi apresentado durante o segundo dia do seminário Coletivo Agrário e Florestal. Os representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais dos municípios receberam o livro com as informações coletadas e também um relatório detalhado sobre as especificidades de cada comunidade. O Zoneamento da Produção Familiar foi construído a partir da visão dos produtores com o auxílio dos técnicos do Governo Estadual e da Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Acre (Fetacre). A pesquisa permitiu a identificação das cadeias produtivas e o potencial agrícola de cada região.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Eufran Amaral, o Zoneamento da Produção Familiar, é mais uma forma de consolidação do Zoneamento-Ecológico-Econômico, ferramenta que norteia a Política de Valorização do Ativo Florestal Ambiental. “Atualmente todas as ações de Governo com relação à produção são elaboradas e desenvolvidas dentro desse conceito de integração de esforços”. Eufran destaca ainda que os resultados obtidos já são significativos, como a redução das queimadas em mais de 50%. Em 2007 foram registrados 3.533 focos de calor, e em 2008 foram 1.929. “No ano passado a taxa de desmatamento foi a menor dos últimos nove anos. Estamos em um processo de diminuição dos indicadores de queima e desmate”.

O Estado vem ampliando as iniciativas de técnicas alternativas ao uso do fogo, mas reconhece que o estabelecimento de critérios e diretrizes sem o diálogo prévio com os produtores não surtem os efeitos esperados, em razão disso, investe em encontros como o Coletivo Agrário e Florestal para construir de forma conjunta políticas públicas. Atualmente os produtores que aderem ao Programa de Certificação das Unidades de Produção já assumem o compromisso de queima e desmate zero em suas propriedades, em troca de receberem bônus e entrarem de forma prioritária na execução dos programas de governo. “A discussão das alternativas e a proposição de ideias são mais viáveis. Os resultados estão surgindo a cada ano, os indicadores comprovam isso. Entrar em um confronto direto com os produtores, em um momento como esse é um retrocesso”.

Redes de Assistência Técnica e outras iniciativas sustentáveis

O trabalho integrado do Governo permitiu que as ações de assistência técnica prestada aos produtores fosse desenvolvida em uma rede de atendimento composta pela Secretaria de Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Secretaria de Floresta, Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal, Secretaria de Agropecuária, e também Ong’s, sindicatos, universidades e empresas privadas. A implantação da Rede de Ater aumentou a capacidade de atendimento aos produtores rurais.

O secretário de Meio Ambiente ressaltou também que o processo de inclusão sócio-produtivo, prevê a ampliação das práticas sustentáveis já existentes, como os roçados sustentáveis, mecanização, manejo florestal, além da consolidação das iniciativas e de inclusão de novas alternativas. “As estratégias de ação do governo Binho Marques trabalha no mesmo lado da moeda de sustentabilidade a pobreza e o meio ambiente. Com ampliação dos serviços básicos e a melhoria do sistema produtivo. Com isso ganha o meio ambiente, as famílias e o Estado”.

Outros resultados apresentados aos representantes da agricultura familiar foram o aumento das áreas mecanizadas, e assim da produção, das áreas protegidas e cultivadas, incorporação de áreas alteradas e inserção de alternativas tecnológicas aos produtores. O Estado possui atualmente mais de 800 propriedades cadastradas que não utilizam mais o fogo.

O debate reuniu os secretários de Extensão e Produção Familiar, Nilton Cosson, de Meio Ambiente, Eufran Amaral, de Floresta, Carlos Ovídio, presidente do Idaf, Paulo Viana, do Imac, Cleísa Cartaxo, do Iteracre, Felismar Mesquita, do Instituto Dom Moacyr, Iraílton Lima. Participaram também da presidente da Fetacre, Sebastiana Miranda, e dos presidentes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Porto Acre, Tarauacá, Feijó, Plácido de Castro, Capixaba, Senador Guiomard, Manuel Urbano, Mâncio Lima e Santa Rosa. “A presença do Governo em debates como esse comprova que a população rural do Estado é uma prioridade. E que existe a necessidade de consolidar as ações de produção sustentável”.

O Zoneamento da Produção Familiar

O objetivo do trabalho foi realizar um levantamento da vocação da produção familiar nos municípios do Acre com lideranças rurais e equipes técnicas de facilitadores do Governo e da Fetacre. A pesquisa foi elaborada a partir da visão dos produtores rurais e se constitui em uma ferramenta direcionadora de políticas públicas e de negociações democráticas entre a sociedade civil organizada e as esferas governamentais.

Os resultados foram agrupados em etapas. Na primeira foi realizada a sistematização das informações pactuadas em cada município, definindo as cadeias produtivas prioritárias e as atividades a elas associadas. Na segunda etapa foram redesenhados os mapas das cidades com as regiões demarcadas pelos produtores, e no final se qualificou cada demanda e a diversidade de produtos de cada município.

A partir da sistematização dos dados coletados foram priorizadas três cadeias produtivas para cada cidade, e também diagnósticas iniciativas promissores que estão detalhadas nos relatórios entregues aos presidentes dos sindicatos. As cadeias produtivas mais desenvolvidas no Estado são a pecuária e leite, farinha de mandioca, castanha, grãos, borracha, fruticultura e piscicultura.

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