Jovens reeducandas participam de Conferência livre sobre Segurança Pública no Acre

Durante o encontro, as próprias mulheres poderão propor estratégias para melhorar o sistema prisional em todo o Brasil

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Encontro reúne detentas, representantes da Secretaria de Segurança e do Ministério da Justiça (Foto: Sérgio Vale/Secom)

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Gercilene Carvalho participou do debate (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Como melhorar o sistema prisional no país? Essa pergunta norteou os debates da 1ª Conferência Livre na unidade prisional Francisco de Oliveira Conde, realizado durante esta terça-feira, 28, em Rio Branco. O encontro foi voltado para as mulheres reeducandas com idade entre 28 a 29 anos. Isso porque, segundo o Ministério da Justiça, as estatísticas apontam que quase metade das infrações registradas no país, principalmente de tráfico, envolvem pessoas nessa faixa etária. Em um contraponto, os jovens brasileiros também são as principais vítimas da violência.

"Nosso objetivo é fazer com que essas jovens mulheres debatam o eixo 6 da Conferência Nacional de Segurança Pública que é exatamente o Sistema Prisional. Queremos ouvi-las para que elas digam quais as deficiências e tragam propostas de políticas públicas nesse setor", afirma a Gerente de Controle e Execução Penal do IAPEN, Amábile Silva.

O Acre foi um dos sete estados escolhidos para a realização dessa conferência voltada para os jovens detentos e estará representando a região Norte. O documento produzido durante o encontro, contendo as sugestões discutidas pelas jovens mulheres, será enviado para debate na Conferência Nacional de Segurança Pública, marcada para acontecer de 27 a 30 de agosto, em Brasília (DF).

O encontro vai fazer parte do documentário produzido pelo Ministério da Justiça sobre as conferências de segurança pública. "Nós queremos ouvir as propostas da própria comunidade, de quem vive a realidade dos problemas e desafios, para definirmos estratégias eficazes no combate à violência", explica a Consultora de Projetos Especiais para a Juventude do Ministério da Justiça, Ângela Simão.

Entre as participantes, estava Gercilene Carvalho, de 20 anos. Há dois anos ela cumpre pena por tráfico de drogas e está a dois anos de ganhar liberdade. "Eu aconselharia a todos a aproveitarem bem as oportunidades de formação, de conhecimento, de estudo, para que não tenha que pagar pelos erros, assim como eu. Para mim, hoje, o sistema prisional não só no Acre, mas em todo o Brasil tem muito o que melhorar e é importante estar aqui para debater isso".

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