Exames preventivos

Iapen conclui Outubro Rosa com atendimentos voltados ao público feminino da Central de Alternativas Penais

Os atendimentos da Central de Alternativas Penais (Ciap) do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) são voltados aos cumpridores de medidas cautelares e alternativas diferentes do cárcere, sejam eles homens ou mulheres. No entanto, ao longo da quinta-feira, 31, o espaço voltou os olhares para o público feminino.

Em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e a Defensoria Pública, foram realizados exames preventivos de câncer colo do útero, testes rápidos e atendimentos judiciais diversos. Além disso, atividades recreativas de ginástica laboral também foram realizadas.

No local, vários atendimentos foram realizados Foto: Elenilson Oliveira

A juíza da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas da comarca de Rio Branco, Andréa da Silva Brito, esteve presente na ação e destacou a importância da Ciap como ferramenta de redução efetiva e real da violência no estado. “Nós encaminhamos até aqui os cumpridores tanto de medidas cautelares advindas a partir das audiências de custódia, quanto das penas definitivas que são as alternativas penais”, disse.

A juíza lembrou que o espaço realiza um trabalho humanizado voltado à verificação e ao tratamento da vulnerabilidade. “Sabemos que muitos são dependentes químicos, não têm acesso à saúde, à educação e a equipe multidisciplinar, através de profissionais habilitados e competentes, promove aqui a inserção ou a reinserção dessas pessoas na sociedade de forma correta, de forma que elas possam se orientar e retornar às atividades lícitas”, ressaltou.

Já a juíza da Vara de Proteção à Mulher, Shirlei Hage, destacou os resultados do trabalho para a redução da violência e a não reincidência nos crimes. “Nós percebemos que os homens e as mulheres que têm passado pelos grupos que são feitos aqui, têm uma reincidência bem menor, quase zero. Então, esse tipo de trabalho que está sendo feito é um trabalho social, principalmente, porque contribui para que o futuro seja com uma redução de violência e para que a violência doméstica fique realmente no passado.

Espaço de acolhimento

A Ciap realiza atendimento, acompanhamento e fiscalização das medidas cautelares e das prestações de serviço. De acordo com a coordenadora da Central, Hellany Priscila Oliveira, como o mês de outubro é voltado mundialmente para o combate e prevenção do câncer de mama, a equipe resolveu firmar parcerias para a realização de um dia de atendimento específico para as mulheres.

As mulheres também foram atendidas por profissionais da Defensoria Pública Foto: Elenilson Oliveira

Aleqsandra Felix de Souza é cumpridora de medida alternativa e destacou que a Ciap é um local de acolhimento e acompanhamento dedicado. “Aqui é um lugar em que eles nos acolhem sem julgamento. É claro que se nós não cumprirmos com a nossa parte, eles vão nos mandar de volta para o fórum, mas isso é a obrigação deles”, disse.

Ela frisou o fato de que a Ciap atua com vários tipos de atendimentos ao público-alvo. “Nós temos brincadeiras nas palestras, atendimento de dentista, de enfermeiro, temos atendimento de tudo. Eu achava que aqui era um bicho de sete cabeças, mas não é. Eles tratam a gente maravilhosamente bem” afirmou.

Vencer é possível

Claudia Mara Ribeiro, foi presa tentando entrar com entorpecentes no presídio. Um ano após o ocorrido ela deu a volta por cima, venceu os limites e participou da ação como voluntária.

“Hoje eu estou tendo esse privilégio de participar dessa ação junto a essas mulheres aqui na Ciap. Há mais ou menos um ano eu passei por um momento muito difícil. Eu fui presa entrando no presídio com drogas, fui para a audiência de custódia, graças a Deus eu fui liberada para casa e lá a juíza me determinou que eu tinha que cumprir essa medida alternativa junto à Ciap”, disse Claudia Mara.

Claudia Mara Ribeiro durante atendimento a senhora Aleqsandra Felix Foto: Elenilson Oliveira

Ela ressaltou que durante o período em que cumpriu as medidas, foi muito bem acolhida pela equipe da Ciap. “Participei durante seis meses das reuniões junto a elas, muito produtivas todas as reuniões. Nunca esperava ter me deparado com um momento desse, mas graças a Deus eu venci. Passaram seis meses, eu voltei a juíza, a juíza me liberou e hoje eu posso estar contando essa vitória”, destacou.

Sobre o convite para a ação, Claudia Mara disse que se sentiu muito feliz em poder retornar como colaboradora. “Fui convidada para participar desse momento, Outubro Rosa, para estar coletando amostra de PCCU dessas mulheres, que são todas iguais a mim também. E é muito gratificante poder voltar aqui, porque tiveram muitos dias de choros, lamentações e hoje eu só tenho alegria no meu coração”, afirmou.

Ela ainda frisou o carinho e o cuidado com o qual sempre foi tratada. “A Ciap acolhe você com muito amor e muito carinho. As mulheres aqui são muito bem tratadas. Eu sou enfermeira, e de todos os lugares que eu já passei até hoje, aqui a gente tem um diferencial, que é o verdadeiro amor pelo próximo”, concluiu.