Até o fim do ano, cerca de R$ 80 milhões serão liberados para produtores familiares dos nove municípios atingidos este ano pelas cheias dos rios no Acre. Isso equivale a 6.600 projetos de crédito elaborados pelos técnicos do governo do Estado, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).
O governo do Acre, com apoio do governo federal e por meio do Banco da Amazônia, já viabilizou R$ 57 milhões em linha de crédito especial para produtores rurais de nove municípios prejudicados pela enchente deste ano, o que deve garantir estabilidade ao setor agrícola dos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Manoel Urbano, Porto Acre, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira e Xapuri. O acesso ao crédito, que varia de R$ 1 mil a R$ 100 mil, tem juros de 1% a 3,5% ao ano, com prazo para pagamento de até dez anos, com três anos de carência.
O Crédito Emergencial é destinado a agricultores do setor primário que foram afetados com a enchente deste ano. A linha de crédito vale para todos os agricultores familiares adimplentes que desejam realizar operações para investimento em infraestrutura e custeio.
“Ao avaliar a situação do produtor, identificamos em que modalidade de crédito especial ele poderá ser encaixado, seja pelo Pronaf – Mais Alimento (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), seja pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO)”, explicou o secretário de Produção, Lourival Marques.
Marques informou ainda que a Seaprof encaminhou as demandas de crédito ao agente financeiro até o último dia 9. Os recursos aprovados foram para todos os municípios com decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública. Já foram contratados 4.400 propostas e estão internalizados nas agências para análise ainda 2.200 projetos, que devem contratar mais R$ 23 milhões, aproximadamente, até o dia 30 de dezembro.
Ampliação de galpões, construção de cercas e recuperação de áreas degradadas
O produtor Mauro Gonçalves da Silva, morador do lote 68, Projeto de Assentamento Boa Esperança, BR-364, sempre trabalhou no campo e conta que o auxílio vem em boa hora. O produtor acessou o crédito e investiu na unidade produtiva com a construção de um quilômetro de cerca elétrica e na recuperação e manutenção do solo, melhorando a fertilidade da terra, o que resultará em boa produtividade e retorno para a produção de milho.
O chefe do escritório da Seaprof em Sena Madureira, Joaquim Moisés, explica que a equipe se desdobrou para atender a grande demanda de produtores afetados pela enchente. No total, foram elaborados 1.150 projetos em Sena Madureira. “É necessário que o valor seja investido em área produtiva para melhorar as condições de renda dos agricultores”, lembra.
Já a produtora Nilza Elizabete Pereira, moradora na BR-317, quilômetro 13, em Brasileia, optou por investir na ampliação do galpão para criação de frango de corte. “Espero aumentar a renda, já que vou aumentar a quantidade de frango”, disse.
O acesso ao crédito emergencial possibilitou que a produtora Maria Pereira, moradora na BR-317, quilômetro 13, também em Brasiléia, investisse na construção de um galpão para criação de frango caipirão, de acordo com os padrões técnicos e com todos os equipamentos necessários para desenvolver a atividade. “Deu até para comprar os pintos de um dia e a ração inicial”, explicou.
Em Brasileia, os técnicos do escritório da Seaprof elaboraram 720 projetos para que produtores familiares tenham acesso ao Crédito Emergencial. O município foi um dos mais atingidos pela cheia do Rio Acre, quando 95% da cidade foi alagada.
Para que serve o Crédito Emergencial?
Os financiamentos priorizam ações relacionadas a projetos de recuperação, ampliação de infraestrutura, bem como produção e serviços na área. Os recursos serão disponibilizados por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e contratados pelo Banco da Amazônia (Basa).