Governo e Sebrae realizam diagnóstico com ribeirinhos de Porto Acre

Glenilson, Seaprof, e Lauro Santos, Sebrae, vistoriam levantamento dos prejuízos da alagação em Porto Acre (Foto: Leônidas Badaró/Secom)
Gestores vistoriam levantamento dos prejuízos da alagação em Porto Acre (Foto: Leônidas Badaró/Secom)

O secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Glenilson Figueiredo, e o assessor do Sebrae, Lauro Santos, passaram a quinta-feira, 10, vistoriando o trabalho realizado pelos dois órgãos na aplicação do diagnóstico que vai retratar os prejuízos que os produtores rurais acreanos tiveram durante a cheira histórica em 2015. Além de nortear as políticas públicas na área da produção ribeirinha.

O levantamento vem sendo realizado por técnicos do governo, capacitados pelo Sebrae, em três mil propriedades rurais em nove municípios.

Para acompanhar o trabalho, foi necessário viajar de barco pelas margens do Rio Acre, no município de Porto Acre, onde grande parte dos agricultores perdeu toda a sua produção por causa da enchente deste ano.

É o caso, por exemplo, do agricultor Raimundo Fernandes do Nascimento, morador há 21 anos da colônia 6 Irmãos, no Projeto de Assentamento Caquetá. Ele conta que nunca tinha visto uma enchente tão grande. “A água destruiu quatro mil pés de banana, um curral, mil metros de cerca, e desapareceram 20 cabeças de gado”, relata.

Mais à frente, também à margem do rio, os técnicos chegam à casa do produtor Francisco Graciano. Lá a história não é diferente. Dos 47 hectares que tem a propriedade, apenas um não foi atingido pela enchente, sendo que 10 hectares de banana e três de macaxeira foram perdidos.

“Nós perdemos tudo. Milho, roça, tudo foi perdido. A salvação da minha família é que eu pescava e trazia os peixes para a gente se alimentar”, explica.

Mesmo com os prejuízos, Francisco afirma que não tem vontade de deixar o local onde mora. “Não penso em sair. Aqui a vida é muito melhor que na cidade”.

Diagnóstico vai identificar ações eficazes para os ribeirinhos

Em propriedade rural efeitos da enchente ainda estão presentes. Casa de farinha foi destruída pela força da água (Foto: Leônidas Badaró/Secom)
Em propriedade rural, efeitos da enchente ainda estão presentes. Casa de farinha foi destruída pela força da água (Foto: Leônidas Badaró/Secom)

Os técnicos, durante as visitas aos produtores rurais, fazem um levantamento completo de tudo que há na propriedade, do que foi atingido e o que foi perdido com a alagação.

“Com esse diagnóstico, vamos identificar o tamanho do prejuízo e as soluções que podem ser aplicadas a esses produtores. Vamos levar essas informações aos órgãos federais e aos bancos para tentarmos ajudar essa população”, afirma Lauro Santos, assessor do Sebrae.

Glenilson Figueiredo, gestor da Seaprof, lembra que pela primeira vez o Acre vai ter um diagnóstico preciso dos prejuízos causados por uma alagação. “Vai ser importante porque estamos visitando todos os produtores atingidos. Isso vai nos dar condições de oferecer alternativas para que eles não percam a produção em uma nova enchente”.

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