Governo e parceiros endurecem ações contra queimadas

Municípios, Polícia Federal, governo e vários parceiros intensificam ainda mais a fiscalização

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União de esforços permite fiscalização em solo e aérea durante todos os dias da semana (Fotos: Sismat/Assessoria)

Com o agravamento das condições climáticas em todo o Estado, várias instituições estão trabalhando com todo seu potencial contra as queimadas. Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Exército, polícias Militar e Federal, Ministério Público Estadual e Federal, Força Nacional, prefeituras, Ibama, Imac, Sema e outras secretarias estaduais que podem ajudar somam forças para deter o avanço do fogo. Mesmo com todo esforço, o apoio da população é essencial para que a situação melhore.

Neste fim de semana, foi realizada uma operação que mostra claramente o trabalho de cooperação entre várias instituições. Para fortalecer a operação Floresta Viva III, da Polícia Federal no Acre, foram reunidos agentes do Imac, Ibama e da Força Nacional, totalizando oito equipes em solo em uma a bordo do helicóptero João Donato.

Além do trabalho dessas equipes na zona rural, existe o controle das queimadas urbanas realizado pelos municípios. De acordo com o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, em situação de alerta, como a enfrentada atualmente, é importante que todos assumam a responsabilidade. A população não pode esperar apenas pelo poder público.

"Além do problema ambiental, a atual situação das queimadas coloca em risco o patrimônio público e particular, além de constituir uma questão de saúde pública", explicou o delegado de Meio Ambiente da PF no Acre, Harry Fábio.

Durante vários anos, o governo vem investindo em programas que excluem o uso do fogo para o trabalho no campo. O Programa de Certificação da Propriedade Rural Sustentável é um grande exemplo desse trabalho. E mostra como uma prática antiga pode ser mudada quando há a participação dos produtores. De acordo com informações de imagens de satélite levantadas pela Sema, de todas as famílias que aderiram ao programa, apenas cinco registraram focos de calor nas proximidades da propriedade.

Mas ainda existem pessoas que ateiam ou se beneficiam do fogo que entra na sua propriedade e nada fazem para conter o incêndio. As autoridades do Ministério Público alertam para o fato de que todo proprietário é inteiramente responsável pelo que acontece dentro da sua área, seja quintal, lote ou fazenda, e deve ser o primeiro a evitar e combater qualquer incêndio.

Só nos últimos três dias foram 67 autuações aplicadas pelo Imac a grandes, médios e pequenos proprietários na região Baixo Acre. E apenas neste fim de semana foram aplicadas quinze multas. "Em caso flagrante, o responsável pela queimada será preso e autuado e poderá receber uma multa de, no mínimo, mil reais", alertou a presidente do Imac, Cleísa Cartaxo.

Neste fim de semana, a primeira parada de uma das nove equipes foi no P.A. Baixa Verde, onde um incêndio começou na beira da estrada há uma semana e já queimou cerca de 80% da área. O fogo chegou perto das casas que estão sendo construídas e não causou mais danos porque o capim estava baixo e a maioria dos produtores ainda não foi assentada. Mesmo assim, os pedreiros que trabalham na construção das moradias perderam quase todas as ferramentas, que eram escondidas no capim durante a noite. "Foi muito fogo. Tem dia que até para trabalhar é ruim: os olhos ardem e a garganta dói", informou o pedreiro Antônio José.

As equipes recebem as informações produzidas pelas imagens de satélites, com base nos focos de calor e nas áreas que foram desmatadas. As grandes e médias propriedades e os polos de assentamentos estão sendo fiscalizados de forma mais intensa. "E o trabalho de fiscalização não vai parar até que a situação climática volte ao normal no Estado", finalizou Cleísa Cartaxo.

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