Conselho Estadual de Educação do Acre aprovou a proposta curricular do curso de formação de agentes agroflorestais indígenas, em nível médio, em dezembro de 2009
O secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Nilton Cosson, e a coordenadora executiva da Comissão Pró-Índio, Maria Luiza Ochôa assinaram convênio de cooperação financeira para a formação de mais 30 Agentes Agroflorestais Indígenas (AAIs) no valor de R$ 135 mil. O curso está previsto para acontecer no Centro de Formação dos Povos da Floresta, sítio da CPI. O curso, inclusive, já que foi reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação em 2009.
A formação de Agentes Agroflorestais Indígenas faz parte do Programa de Valorização dos Povos Indígenas do Acre, conjunto de ações e programas que prevê investimentos de mais de R$ 22 milhões nas comunidades indígenas do Acre de 2009 a dezembro de 2010. O Programa se insere no conceito de Zona de Atendimento Prioritário (ZAP) e, baseando-se no Zoneamento Ecológico Econômico do Acre, busca criar condições para que as comunidades e organizações indígenas avancem na gestão ambiental de suas terras com base em planos de gestão formulados por meio de processos participativos de etno-zoneamento, de iniciativas para conservação e uso sustentável dos recursos naturais, da formação de recursos humanos e do fortalecimento institucional das organizações. Prevê ainda consolidar serviços básicos de qualidade, relativas à educação escolar, à formação de recursos humanos em ações de saúde.
Segundo o Assessor dos Povos Indígenas, Francisco Pianko, a formação tem contribuído para melhorar ainda mais a gestão dos recursos naturais nas Terras Índigenas. "Os agentes tem um papel que media toda a questão relacionadas a preservação a própria cultura e gestão do território", lembra Pianko acrescentando que relevantes serviços ambientais têm sido prestados pelos AAFIs em suas terras indígenas, com benefícios no entorno e nas sedes municipais onde estas estão localizadas.
A coordenadora executiva da Comissão Pró-Índio, Maria Luiza Ochôa, explica que os Agentes Agroflorestais Índigenas têm coordenado ações práticas voltadas para a vigilância dos limites de seus territórios, a gestão ambiental, cultural e ecologicamente adequada da floresta e a garantia da segurança alimentar nas suas aldeias. Para tal vem implementado alternativas de produção e manejo agroflorestais, com a construção de viveiros, a produção de mudas, o enriquecimento de capoeiras, terreiros e quintais com árvores frutíferas e espécies de uso cotidiano, a recuperação de áreas degradadas com adubação verde e espécies nativas, técnicas biológicas de combate a pragas, a implantação de hortas orgânicas e o manejo sustentado de palmeiras e palheiras.
Curso já é reconhecido
Maria Luiza Ochôa lembra que em dezembro de 2009, o Conselho Estadual de Educação do Acre aprovou a proposta curricular do curso de formação de agentes agroflorestais indígenas, em nível médio, proposto e executado pela Comissão Pró-Índio do Acre. O curso iniciado em 1996 é responsável pela formação dos agentes agroflorestais indígenas em atuação nas terras indígenas do Acre.