Governo do Acre promete acabar com o desmatamento ilegal até 2018

Ricardo Mello, Coordenador do Programa Amazônia (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Ricardo Mello, coordenador do Programa Amazônia (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Cerca de 150 pessoas compareceram na segunda-feira, 7, pela manhã ao evento paralelo “Dia do Acre: Consolidando uma Economia Verde e de Inclusão Social na Amazônia”, realizada no Restaurante L’Elyseum, na capital francesa, como parte da programação do governo na COP21.

Organizado pelo estado do Acre, em parceria com as ONGs ambientalistas WWF-Brasil e Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), o evento teve o objetivo de posicionar a política de desenvolvimento sustentável do Acre no debate global para o enfrentamento às mudanças climáticas.

Como parte da programação, dois painéis foram organizados sobre os temas Mecanismos Inovadores de Financiamento, e Resultados e Impactos Socioambientais do Acre.

Participaram do evento representantes do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha, do banco KfW, do Ministério do Meio Ambiente e dos estados do Mato Grosso, Amazonas, Maranhão, Pará e de Ucayali (Peru), da Amazônia Legal, investidores e parceiros.

O Estado do Acre, pioneiro no desenvolvimento sustentável e preocupado com o aquecimento do planeta e seus efeitos decorrentes da perda de florestas, tem se destacado no cenário nacional e internacional por implementar políticas socioambientais que contribuem para a queda do desmatamento.

O estado, que possui 16 milhões de hectares de florestas, foi responsável por reduzir as emissões em aproximadamente quatro gigatoneladas de carbono.

“Ninguém no mundo conseguiu reduzir emissões como a gente. Além disso, temos 87% da nossa cobertura vegetal preservada. Nossa meta agora é acabar com o desmatamento ilegal no estado até 2018, antecipando-se à meta do governo federal de 2030”, destacou Tião Viana, governador do Acre.

De acordo com os últimos dados lançados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do Prodes, o estado apresentou redução de 10% do desmatamento, no período de julho de 2014 a agosto de 2015, indo na contramão dos outros estados amazônicos, que, juntos, aumentaram a perda de florestas em 16%. O resultado é um reflexo de uma política continuada, que, nos últimos 10 anos, reduziu em 62% o desmatamento.

Também presente ao evento, o embaixador do Brasil na França, Paulo C. de Oliveira Campos, destacou que a Amazônia tem um papel essencial para as discussões sobre emissões de gás carbônico no mundo.

“Sou um grande admirador da Amazônia, e do Acre, mais especificamente. A presença dos governadores aqui em Paris é de extrema relevância para mostrar ao mundo que o Brasil é um player importante no combate às mudanças climáticas”, explicou.

Representando o WWF-Brasil, Ricardo Mello, coordenador do Programa Amazônia, disse que o evento foi um momento para celebrar a parceria de 16 anos com o governo do Acre.

“Nesse período, vimos o estado migrar de uma iniciativa local para um escopo global rumo ao desenvolvimento econômico que informa o futuro de regiões florestais do mundo, em grande alinhamento com a nossa missão. Temos orgulho de tê-los como parceiros e de contar com parceiros como a TV britânica Sky, que vem apoiando o trabalho do WWF-BR no Estado”, afirmou.

O trabalho desenvolvido pelo projeto Sky Rainforest Rescue recebeu destaque como exemplo de uso sustentável da floresta para fins comerciais.

Representantes da empresa francesa VERT apresentaram exemplares de tênis produzidos a partir da borracha extraída de seringueiras das florestas acreanas.

“Neste ano atingimos a marca de mais de 1 milhão de pares de tênis vendidos em cidades como Paris, Nova York e Tóquio”, informou François-Ghislain Morillion, sócio-proprietário da marca.

Certificação de padrões de salvaguardas de REDD+

Os excelentes resultados permitiram que o estado obtivesse uma certificação pioneira no Brasil, a REDD+ SES, também anunciada no evento, que comprova que o estado segue os padrões internacionais de cumprimento das salvaguardas socioambientais em seus processos de REDD+, um dos mais avançados do mundo e que é implementado pelo Sistema de Incentivos aos Serviços Ambientais (SISA).

Por meio do incentivo financeiro às cadeias produtivas como extrativismo, produção familiar, pecuária diversificada, manejo florestal e povos indígenas, iniciativas de REDD+ têm mitigado as ações de pressão na floresta e promovido uma economia sustentável com os povos da floresta e comunidades tradicionais.

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