Fieac debate questão do cimento com fabricantes nacionais

Grande volume de obras do Estado e da iniciativa privada gerou escassez do produto no Acre

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), João Francisco Salomão, recebeu na tarde de quarta-feira, 16, empresários filiados ao Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Acre (Sinduscon) e representantes da Votorantim. A reunião teve como pauta principal a falta de cimento no Acre e possíveis soluções para normalizar o abastecimento do insumo na região.

A empresa anunciou a construção da segunda fábrica de cimento do grupo no município de Nobres (146 quilômetros ao médio norte de Cuiabá). Com investimentos de R$ 300 milhões e prazo de dois anos para entrar em operação, a nova planta duplicará a capacidade de produção da Votorantim (Cimento Itaú) em Mato Grosso, que passará de 1 milhão de toneladas/ano para 2 milhões de toneladas.

Antes da conclusão da nova fábrica, entretanto, a empresa colocará em funcionamento um novo forno junto à atual planta, com capacidade para produzir 320 mil toneladas de cimento e outros insumos. O forno deve entrar em operação em janeiro de 2009 e significará um acréscimo de 32% sobre a oferta global da fábrica, elevando a produção para 1,32 milhão de toneladas.

 "A Fieac,  representante do setor industrial acreano, decidiu reunir empresários e representantes da Votorantim para buscar soluções para normalizar o abastecimento de cimento no Acre. Já fechamos a demanda das empresas filiadas ao Sinduscon e após aprovado o cadastro de cada uma delas a Votorantim se comprometeu em encaminhar esse insumo para nós", afirmou o presidente da Fieac, João Francisco Salomão.

A gerente de vendas da Votorantim, Lidiane Blank, garantiu que a empresa irá trazer cimento da fábrica de Laranjeiras (SE), a 2,3 mil quilômetros de Cuiabá. O objetivo é garantir o suprimento do mercado mato-grossense, rondoniense e acreano.

Ela afirmou que o custo irá encarecer em R$ 1,30 por saca, por conta do frete, mas os preços ao consumidor devem chegar em torno de R$ 23,63. Hoje, em Rio Branco o cimento chega a ser vendido ao valor de R$ 38,00. "Estamos investindo para aumentar a produção e atender a crescente demanda por cimento nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre", afirmou Lidiane Blank.

 Segundo ela, a indústria da construção civil vive um ciclo de "crescimento sustentável" no Brasil e o compromisso da empresa "é estar ao lado dos clientes e consumidores, acreditando no futuro do país".

"No Acre, o alto custo da saca do cimento é tão preocupante que as obras que já foram contratadas estão saindo com uns 40% a mais do que foram orçadas. As empresas acreanas têm mais de R$ 500 milhões em obras contratadas e se não for normalizado o abastecimento do cimento, teremos que paralizá-las para rever os contratos", avaliou o presidente do Sinduscon, Carlos Sasai.

Projeto Futuro em nossas mãos

Durante a reunião, João Francisco Salomão e Lidiane Blank se comprometeram em firmar parceria entre o Sistema FIEAC, por meio do Núcleo da Construção Civil do SENAI (com previsão para inauguração em agosto próximo), com a Votorantim para iniciarem em Rio Branco o "Projeto Futuro em nossas mãos".

O objetivo é promover a inclusão social de jovens entre 18 e 24 anos, por meio da qualificação profissional em setores ligados à cadeia de negócios do Grupo Votorantim. Os cursos estão em sintonia com as demandas do mercado de trabalho e com as necessidades de desenvolvimento integral da juventude. O programa está apoiado em três diretrizes básicas: capacitação profissional; inserção profissional; formação de redes de apoio.

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