Em Cruzeiro do Sul, Teatro Náuas recebe a performance “Eu preciso me amar”

Com o apoio da Fundação Elias Mansour e da Prefeitura de Cruzeiro do Sul, a atriz Maria José Freitas apresentou uma performance solo naquele município. A mostra teatral tem o objetivo de conscientizar as mulheres que sofrem violência doméstica, assim como seus agressores. A  apresentação aconteceu dentro da 3° Mostra Cultural na última quinta-feira, 12, no Teatro dos Náuas, com a ideia de ser levada para outros locais.

Com base nos índices alarmantes de casos de violência doméstica, a performance “Eu preciso me amar” retrata uma situação de violência vivida por uma mulher casada e com filhos. Na dramaturgia, a personagem faz um desabafo em uma trajetória de sofrimento, que destaca desde as pequenas ações de um homem machista e violento que proíbe a mulher de se maquiar, sair de casa, ter amigos e até chegar ao extremo de humilhar, torturar,  bater e ameaçar de morte.

Atriz Maria José retrata a realidade vivida por muitas mulheres Foto: Assessoria/FEM

Em um certo momento, cansada de tanto sofrer, ela é orientada por uma vizinha a procurar a Delegacia da Mulher. Ela toma a atitude de lutar e resgatar sua autoestima e dignidade e, durante a encenação, a personagem passa por uma transformação ali mesmo no palco.

Segundo a atriz Maria José Freitas, essa performance é bastante dramática por se tratar de um tema muito importante, que é a violência doméstica. “Esse trabalho artístico me deixa muito emocionada, ao mesmo tempo eu fico feliz pois sei que por meio da arte de representar eu posso passar uma mensagem de empoderamento para as mulheres que sofrem ou as que possivelmente venham a sofrer violência doméstica. Essa realidade que faz parte do silêncio da vida de muitas mulheres, que às vezes por medo, vergonha, preconceito ou falta de informação acabam entrando para os números de agressões e até de feminicídio, que assolma a vida de muitas mulheres. Como atriz posso dar minha contribuição para influenciar no combate da violência contra as mulheres,” frisou a atriz.

Com base em uma realidade e nos índices alarmantes de casos de violência doméstica foi idealizada a performance “Eu preciso me amar” Foto: Assessoria

Para o presidente da Fundação Elias Mansour, Manoel Pedro, o papel da Fundação Elias Mansour é apoiar e incentivar a produção de artistas como Maria José, assim como o trabalho de todos os setores culturais do estado, principalmente nas cidades do interior, com maiores dificuldades no acesso à cultura, porém com uma grande produção artística e cultural.

“Cruzeiro do Sul é um grande celeiro cultural no qual a política e produção cultural tem sido um fator essencial, com uma produção diversas áreas como na música, na dança, no teatro, assim como no artesanato rico feitos com materiais da própria terra,” destaca Manoel Pedro.

O município é a segunda maior cidade do Acre e as mudanças positivas do cenário cultural têm tido visivelmente um crescimento da produção artística na cidade. Por meio de políticas públicas culturais, o Governo do Acre, juntamente com a Fundação Elias Mansour, tem procurado estimular e promover condições para que a população crie e participe da invenção cultural em todo o estado.

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