Em companhia das mães, socioeducandas têm programação alusiva ao mês da Mulher

Em seu discurso, diretor-presidente homenageou socioeducandas, familiares e equipe de socioeducadores (Foto: Angela Peres/Secom)

As socioeducandas da unidade feminina Mocinha Magalhães começaram esta sexta-feira, 23, com um motivo especial para se alegrar: a presença de suas mães ou responsáveis participando da programação desenvolvida pelo Instituto Socioeducativo (ISE), alusiva ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março.

Em clima descontraído e festivo, as internas fizeram demonstrações de seus talentos soltando a voz, com o apoio da equipe da Rádio Humanizar, que na oportunidade representou a secretaria adjunta de Humanização. O encontro promovido entre as socioeducandas e suas famílias também foi regado a comida, bate-papo, entrega de presentes confeccionados durante oficina realizada na unidade, sessões de cuidados com a pele e maquiagem, além de penteados. Serviços de testes rápidos e atendimentos médicos na modalidade de clínica-geral também foram ofertados no local.

Foi dia de soltar a voz (Foto: Angela Peres/Secom)

Para a diretora do centro socioeducativo Alessandra Viana, o envolvimento da família é essencial no processo de reinserção social de qualquer adolescente em cumprimento de medidas. “Temos buscado um diferencial nas ações desenvolvidas pela unidade, que é justamente fazer essa aproximação da família, porque percebemos que assim esse vínculo se fortalece cada vez mais e facilita nosso trabalho de promover as condições de ressocializar”, declara.

Atualmente há 63 adolescentes no Mocinha Magalhães. No tempo em que permanecem internas, elas participam de diversos projetos que buscam a garantia de novas oportunidades. “Podemos citar parceiros como o governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde, que sempre vem promover palestras, a Rede de Humanização, o Rotary Club, Senac e Senai, além das igrejas com seus voluntários que são fundamentais para assegurarmos que elas tenham aqui dentro cursos e oficinas, que futuramente poderão ser portas abertas para elas como meio de trabalho”, acrescenta a diretora.

 Recomeços possíveis

Adolescente encontra na avó o apoio para o recomeço (Foto: Angela Peres/Secom)

Aos 16 anos, C. N. C. é uma das socioeducandas em busca da ressocialização. Há sete meses na unidade, ela conta que, apesar de jovem, as más experiências causaram marcas que lhe trouxeram muitas reflexões – a maior delas, a de que sempre é possível recomeçar: “Na minha história até chegar aqui, eu sempre fui tola e me deixei seduzir pelo erro. Mas aqui pude ver que ainda tenho tempo pra corrigir e é isso que vou fazer, sair daqui e terminar meus estudos, ajudar minha vó, dar o orgulho que ela merece”.

A avó, Maria das Graças Nunes, é a primeira a ser otimista com a mudança de perspectivas. “Cuidei dela desde que era pequena, sou mãe duas vezes. Busquei sempre ensinar o certo, mas um dia me decepcionei e isso doeu muito, mesmo assim nunca a abandonei. Logo que veio pra cá foi um início muito triste, mas hoje é diferente, já tenho alegria de novo, porque sei que ela aprendeu com os erros e vejo a sinceridade em querer uma nova chance”, relata.

A garantia de novas oportunidades de vida pela qual C. N. C. busca é a mesma que o ISE procura oferecer a todos os socioeducandos inseridos no sistema, segundo afirma o diretor-presidente da instituição Rafael Almeida. “A sensibilização, a humanização não apenas com os adolescentes que um dia erraram, mas com a família que sofreu por causa desses erros, têm sido nossa prioridade. Muitas vezes eles chegam ao sistema com vínculos rompidos com as famílias e nosso papel é acolhê-los, de modo que esses elos possam ser reatados e que quando retornem ao convívio tenham novas condições de viver bem em sociedade”, pontua.

Penteados, cuidados com a pele, atendimento médico e testes rápidos estiveram na programação (Foto: Angela Peres/Secom)

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