Começa no Acre II Encontro Trinacional

Evento reúne representantes de várias instituições que buscam soluções para crimes que envolvem Brasil, Bolívia e Peru

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Representantes de várias instituições participam do encontro (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Melhorar o fluxo de informação entre as polícias e Justiça dos três países. Esta parece ser uma das soluções que serão apontadas para os crimes comuns entre as fronteiras do Brasil, Peru e Bolívia. O II Encontro Trinacional de Representantes do Ministério Público, Magistratura e Polícias, que iniciou na noite de quarta-feira, 12, no Teatro Plácido de Castro, e que busca encontrar meios para o enfrentamento de problemas como o tráfico de drogas e pessoas, pesca predatória, exploração ilegal de madeira e a exploração sexual infantil.

Para o comandante da polícia do Departamento de Pando, Adriano Soliz Aparício, o encontro é uma oportunidade importante para trocar informações e experiências da área policial, além de conhecer os problemas enfrentados pelo Brasil e Peru.

Um dos crimes enfrentados pelo Acre é a questão do roubo de carros que são levados para a Bolívia. Segundo o comandante Soliz, este é um problema que também envolve a polícia boliviana, uma vez que estes veículos, ao entrar no país vizinho, são desmanchados, vendidos para consumidores alheios à situação ou trocados por drogas. Para ele, uma solução seria melhorar o fluxo de informação entre as polícias, para melhor integrar os trabalhos policiais e obter melhores resultados.

O coronel Ramalho Barros, representante da Polícia Militar, lembrou que já vêm sendo feitas várias reuniões informais entre as polícias dos países vizinhos para promover este trabalho integrado. "Mas o encontro é uma reunião formal que vai dar alguns encaminhamentos importantes", ressaltou.

O primeiro encontro foi realizado pelo Ministério Público Peruano na cidade de Iñampari, fronteira com Assis Brasil. "Este é um espaço para reclamarmos nossos problemas e nos juntarmos para encontrar soluções ideais, rápidas e efetivas para questões como a exploração sexual infantil, a mão-de-obra escrava, o tráfico de pessoas, de entorpecentes, a pesca predatória. Hoje a Polícia Federal tem um excelente relacionamento do a polícia boliviana. Nós queremos que todas as instituições tenham o mesmo entrosamento", ressaltou o Procurador Geral de Justiça do Ministério Público Estadual, Edmar Monteiro.

O encontro segue nesta quinta-feira com reuniões temáticas sobre Infância, Juventude e Direitos Humanos; Meio Ambiente e Combate ao Crime Organizado. À noite os doutores Rogério Meirelles Caldas, do MPE do Rio Grande do Sul, proferem palestra a palestra "Problemas e soluções na região da Fronteira".

O chefe do gabinete civil, Edson Manchini, que representou o governador Binho Marques no encontro, destacou que todas as sugestões apontadas pelo encontro serão discutidas para fazer parte do plano estadual de segurança pública. "Num encontro como este são trocadas experiências no enfrentamento da violência, do tráfico de pessoas e entorpecentes, da entrada ilegal de mercadorias. O Ministério Público está de parabéns por trazer uma reunião como esta para o Estado, uma prova de que o Acre entrou no calendário de grandes eventos", disse.