Considerada maior festa religiosa do Acre, novenário atraiu milhares de fiéis para a cidade
Com a tradicional procissão, foi encerrado neste domingo o Novenário de Nossa Senhora da Glória, festa da padroeira de Cruzeiro do Sul, considerada a maior festa religiosa do Acre. Embora alguns avaliem que o número de pessoas participantes diminuiu, os católicos de maneira geral consideraram a festa um sucesso maior que os precedentes, com grande participação nas atividades durante os nove dias. Também houve variação na programação: de terça a sexta-feira, quando não houve missa na catedral à noite, os padres realizaram as novenas. O final do Novenário foi marcado pela esperada apresentação do padre cantor Antônio Maria, muito aplaudido pela assistência. O Governo do Estado, pelo quinto ano consecutivo, apoiou com recursos monetários a realização da festa.
Para o bispo da diocese, Dom Mosé Pontelo, tudo correu muito bem e ele destacou como ponto forte a participação popular nas atividades religiosas. "As festividades externas e o arraial foram muito bem organizados. O fato de não ter bebida alcoólica trouxe muita tranqüilidade. Nas últimas duas noites muita gente participou, tinha gente na praça por todo lado, gente que se sentia bem ali conversando, comendo, vendo o movimento". Para o bispo, a festa atraiu mais gente que nos últimos anos, ultrapassando a média de 25 mil pessoas que tradicionalmente participam da procissão. "Foi tudo muito positivo, mais de 30 mil pessoas participaram com sinceridade", acentuou.
O padre Antônio Maria foi recebido com café da manhã na Casa Pastoral da diocese, agradeceu a oportunidade de estar mais uma vez (a terceira) em Cruzeiro do Sul e participar da festa da Santa Padroeira "É sempre uma alegria ver essa multidão honrando Nossa Senhora, louvando a Deus. O show foi muito lindo, senti o entusiasmo do povo. Fico feliz. Aqui é uma terra muito quente, mas o calor atmosférico é muito menos intenso que o calor humano. Esse povo tem um coração maravilhoso e este café está muito gostoso", agradeceu.
Outro que se espantou com o calor foi o padre Aureliano, apesar de ser originário do Congo, país africano. Ele trajava uma longa bata verde e explicou que o traje não é religioso, mas sim um traje normal em vários países africanos.
Festa da padroeira começou em 1918
O sacristão Alberto Brito conta que o Novenário é celebrado desde 1918, exigindo sempre a colaboração de centenas de fiéis para que tudo corra bem. O próprio Alberto participa da festa desde 1952, quando chegou em Cruzeiro do Sul oriundo de Porto Walter. No dia a dia da catedral, ele tem participação ativa como sacristão e ministro da Eucaristia. "A festa foi ótima, muito bonita e o encerramento melhor ainda. Nos outros anos a missa acontecia após a procissão, neste ano foi o contrário, primeiro a santa missa e depois a procissão. Então, correu tudo maravilhosamente bem, tanto a missa quanto a procissão. Desde 1952 até 2010 não perdi um só Novenário e agora está mais tranqüilo, depois que foi abolida a venda de bebida alcoólica, melhorou 100%", analisou.
A Irmã Isabela Spangler é alemã e vive desde 1955 em Cruzeiro do Sul. Ela acompanha desde então o movimento em torno do Novenário. Ela disse que a diferença para as festas de antigamente é que agora há menos pessoas pagando promessas. Segundo ela contou, antigamente as pessoas tinham pouco acesso aos serviços médicos e para se curarem de enfermidades se valiam dos santos e na realização do Novenário tinham a oportunidade de demonstrarem sua gratidão.
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