Catarata e glaucoma são as principais causas de cegueira no país

Alberto Furtado passou por sete cirurgias no olho direito e duas no esquerdo (Foto: Júnior Aguiar/Sesacre)
Alberto Furtado passou por sete cirurgias no olho direito e duas no esquerdo (Foto: Júnior Aguiar/Sesacre)

Em 13 dezembro é lembrado o Dia Nacional do Deficiente Visual. A data foi instituída para incentivar a prática da solidariedade humana, de acordo com o que estabelece a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A cegueira ou deficiência visual é caracterizada pela perda total ou parcial da visão, seja por consequências congênitas ou adquiridas ao longo da vida.

Estima-se que o glaucoma atinja cerca de um milhão de pessoas no Brasil. A doença é causada pela lesão do nervo óptico relacionada à pressão ocular alta. Por ser assintomático, as consultas regulares no oftalmologista são indispensáveis para a identificação precoce do problema.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que no Brasil existem 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo que 582 mil são cegas e seis milhões, com baixa visão. A Organização Mundial de Saúde (OMS) identificou catarata, glaucoma e retinopatia diabética como as principais causas.

Vencendo as dificuldades

O autônomo Alberto Furtado, 62, convive com a perda de visão há doze anos. Tudo começou com o diagnóstico de catarata no olho esquerdo. Dada a dificuldade de recursos médicos na época, a cirurgia foi realizada em outro estado, e o resultado não saiu conforme o esperado.

Anos mais tarde, durante um jogo de futebol, Furtado sofreu uma pancada na testa, afetando a região ocular, e o problema evoluiu para o descolamento de retina.

“Outra vez, tive que passar por dois procedimentos cirúrgicos, mas não ocorreu a colagem da retina. Algum tempo mais tarde, retornei a Minas Gerais, onde uma equipe médica interveio, e o resultado foi um sucesso”, conta.

Os problemas do autônomo não pararam nesse incidente. Outra pancada trouxe maior consequência e, mais uma vez, foi necessária outra cirurgia (vitrectomia) para corrigir o problema ocular.

“Ao todo, foram sete cirurgias no olho direito e duas no esquerdo, mas o que definiu meu estado atual foi um glaucoma, que, por falta de conhecimento e busca de um atendimento imediato, não teve solução, e eu perdi completamente minha visão”, explica.

O autônomo conta que os primeiros anos foram os mais difíceis, mas, com o passar do tempo, procurou se recompor para enfrentar a situação e superar os obstáculos que surgem diariamente.

“Decidi prosseguir minha vida e conviver normalmente na sociedade. Nós, deficientes visuais, precisamos muito ser estimulados pelas demais pessoas. O estímulo é a pílula para que possamos nos sentir inseridos na sociedade”, ressalta.

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