Carimbó e conscientização marcam o encerramento da programação do Outubro Rosa no Presídio Feminino de Rio Branco

Nove dias marcaram a programação do Outubro Rosa na Unidade de Regime Fechado Feminina de Rio Branco. O projeto intitulado “Se toca, menina” teve início no dia 19 e foi concluído nesta terça-feira, 27, com apresentação de carimbó para o despertar do corpo, com participação de Camila Cabeça, e palavras de conscientização.

O mês de outubro é dedicado ao combate e conscientização sobre o câncer de mama e o câncer do colo uterino. Dessa forma, o principal objetivo do projeto foi alertar as mulheres reclusas no Sistema Penitenciário sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

Mais de 300 atendimentos foram realizados ao longo dos nove dias.  Foto: Paulo Roberto/Sejusp

Ao longo dos nove dias, o Iapen realizou uma vasta programação, com palestras sobre doenças sexualmente transmissíveis e sobre a Síndrome Alcoólica Fetal, com a realização de testes rápidos, exames de mamografia e preventivo do câncer do colo uterino, além de atendimentos odontológicos e de clínica-geral.

O projeto contou com a parceira do Hospital de Amor de Rio Branco, da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), da Secretaria Estadual de Assistência Social, Direitos Humanos e Políticas Púbicas para as Mulheres (SEASDHM), da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Acre (OAB/AC), por meio da Comissão da Mulher Advogada, e da Igreja Universal do Reino de Deus.

Durante a cerimônia de encerramento, o presidente do Iapen, Arlenilson Cunha, agradeceu a parceria e o envolvimento das instituições parceiras, destacando que os resultados vêm quando todos somam as forças. “Nós tivemos mais de 300 atendimentos e isso muito nos representa. A prevenção é o melhor caminho”, disse.

Presidente do Iapen destacou que o cárcere não é o fim, mas um recomeço Foto: Elenilson Oliveira/Sejusp

Ao se dirigir às presas, o presidente afirmou: “As coisas do fim serão melhores do que as do começo. Eu não sei qual foi o itinerário que as trouxe até aqui. Mas eu quero dizer que o cárcere não é o fim, é o recomeço de uma história e vocês podem recomeçar”.

A desembargadora Eva Evangelista de Araújo afirmou que é preciso florescer no local onde se está plantado. “Mas como florescer no presídio? Não vamos falar sobre por que vocês estão aqui, mas para quê. Todos nós temos passagens nas nossas vidas que são escolhas e decisões, que nos levam para situações as quais não esperamos. Florescer onde se está plantado significa que cada um deve dar o seu melhor onde estiver”, disse.

A diretora de Políticas Públicas para as Mulheres e Direitos Humanos da SEASDHM, Isnailda Gondim, ressaltou que durante o ano de 2019 foram realizadas várias atividades, que irão continuar. “Neste ano nós temos a primeira-dama, que é apoiadora deste projeto. Recentemente estivemos em Cruzeiro do Sul, com as meninas de lá. Este projeto nasceu no coração de Deus e depois no nosso coração; estamos aqui como servidores públicos”, afirmou.

Durante encerramento, detentas participaram de apresentação de carimbó Foto: Elenilson Oliveira/Sejusp

Já o chefe do Departamento de Atenção Primária, Políticas e Programas Estratégicos da Sesacre, Hilder Oliveira, disse que é um desafio muito grande trabalhar a questão da saúde, não só dentro dos presídios, mas na sociedade como um todo. “Mas nós temos os amigos, uns ajudando os outros, compartilhando conhecimentos”, frisou.

“Todos nós temos direito à segunda chance, todos nós erramos. Quem somos nós para julgar?”, disse Ana Maria Negreiros, supervisora administrativa do Hospital de Amor de Rio Branco. Ela destacou que ficou feliz em receber o convite do presídio para atender as detentas. Foram 55 mulheres que fizeram exames de PCCU e 14 mamografia.

Trabalho e Educação

Na oportunidade, o diretor da unidade penitenciária, Marcelo Lopes, afirmou que a equipe tem a meta de alcançar 50% das detentas estudando e 50% trabalhando e que os parceiros têm ajudado para que a meta seja cumprida. “Hoje nós temos as oficinas de trabalho, o projeto da reciclagem, várias ações estão sendo desenvolvidas, mesmo em período de pandemia”, destacou.

Ele também observou que a última ocorrência de natureza média registrada na unidade aconteceu há cerca de um ano e meio. “Para um presídio, é um dado muito relevante. Indica que o caminho está sendo seguido da forma correta e que a mensagem está sendo passada”, finalizou.

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