Agricultores orgânicos do Benfica: exemplo de respeito ao meio ambiente

Marlinda colhe tomates de sua horta. Já são 20 anos produzindo sem usar fogo e agrotóxico (Foto: Leônidas Badaró/Secom)
Marlinda colhe tomates de sua horta. Já são 20 anos produzindo sem usar fogo e agrotóxico (Foto: Leônidas Badaró/Secom)

Em tempo de combate ao uso do fogo na agricultura e ao desmatamento, do Polo Agroflorestal Benfica, em Rio Branco, vem um belo exemplo de dedicação à atividade agrícola e respeito ao meio ambiente.

Em uma área de 3,2 hectares, um casal de agricultores decidiu vinte anos atrás que era possível produzir, ter qualidade de vida por meio da agricultura familiar e o mais importante, se orgulhar da produção.

Marlinda Alves e Miguel Jorge da Silva decidiram produzir de forma orgânica. Sem o uso do fogo e sem nenhum tipo de agrotóxicos em seus cultivos, a qualidade do que é produzido parece se refletir na saúde do casal. Sem ajuda de ninguém, os dois cuidam de tudo no lugar. E olha que a produção não é pequena.

As várias culturas fazem parte de uma estratégia para não cansar o solo e sempre produzir com qualidade. No ano em que uma área recebe o plantio de determinada cultura, no ano seguinte será realizado o plantio de outro produto.

Aproveitamento de toda a produção

Compostagem de material orgânico vira terra usada para adubar as plantações (Foto: Leônidas Badaró/Secom)
Compostagem de material orgânico vira terra usada para adubar as plantações (Foto: Leônidas Badaró/Secom)

A qualidade do que é produzido pelo casal de agricultores tem outros segredos. O primeiro é a compostagem, processo que consiste em misturar folhas, estrume e capim e deixar decompor durante três meses. Depois desse período, os micro-organismos como fungos e bactérias são os responsáveis pela decomposição de todo o material. O resultado é um composto orgânico, rico em nutrientes usados na plantação.

Outro composto orgânico produzido pelo casal de agricultores é chamado de biofertilizante. A mistura de água, estrume, casca de frutas ou qualquer outro material que se decompõe é armazenado durante 30 dias. Com esse líquido, os agricultores regam a plantação duas vezes por semana.

“Quem faz a terra somos nós. A gente trata a terra como um organismo vivo. O respeito é como se fosse com outro ser humano, afinal, é ela quem nos sustenta. Com isso, a cada ano a terra fica melhor para produzir”, afirma Miguel da Silva.

Marlinda enaltece o orgulho que é colocar na mesa das pessoas alimentos livres de qualquer tipo de veneno. “A gente fica feliz em saber que está trabalhando e melhorando a vida das pessoas, e a nossa também. Já são 20 anos, e nunca mais pretendo usar fogo e agrotóxicos nas minhas plantações.”

Os produtos do casal e de mais seis agricultores orgânicos do Benfica são comercializados toda terça-feira, na feira do bairro Santa Inês, e às sextas e sábados na feira de produtores orgânicos em frente ao Terminal Urbano, no centro de Rio Branco.

Alimentos orgânicos da comunidade são comercializados nas feiras de Rio Branco (Foto: Leônidas Badaró/Secom)
Alimentos orgânicos da comunidade são comercializados nas feiras de Rio Branco (Foto: Leônidas Badaró/Secom)