Acre forma primeira turma de Agentes Agroflorestais Indígenas

Governador Binho Marques participou da solenidade de formatura de lideranças indígenas na carreira técnica

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Governador Binho Marques recebeu agentes agroflorestais para solenidade de formatura no Palácio Rio Branco (Foto: Luciano Pontes/Secom)

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Coordenadora do Centro de Formação dos Povos da Floresta, Vera Olinda, entrega um dos diplomas na formatura (Foto: Luciano Pontes/Secom)

O Palácio Rio Branco ganhou na manhã desta sexta-feira, 13, um colorido especial, representado nos cocares de três etnias indígenas. O governador Binho Marques recebeu para a solenidade de formatura no curso de Agente Agroflorestal Indígena, 28 índios dos municípios de Cruzeiro do Sul, Santa Rosa, Jordão, Feijó, Assis Brasil, Tarauacá e Marechal Thaumaturgo.

O curso de Agente Agroflorestal Indígena é uma carreira técnica e o currículo, segundo a coordenadora do Centro de Formação dos Povos da Floresta, Vera Olinda Sena, agregou os conhecimentos tradicionais aos conhecimentos técnicos. "Este diálogo intercultural é essencial para manutenção das culturas e para o desenvolvimento dos povos", disse.

O curso é um projeto do Centro de Formação dos Povos da Floresta, uma escola da ONG Comissão Pró-Índio (CPI), que trabalha com a causa indígena há 31 anos no Acre, aprovado pelo Conselho Estadual de Educação e Ministério da Educação. .

Com uma carga horária de 2.680 horas/aula, a formação dos AAFIs incluiu disciplinas de conhecimentos básicos como língua indígena, língua portuguesa, matemática e geografia com ênfase em cartografia; e disciplinas profissionalizantes como os Sistemas Agroflorestais, ecologia indígena e artes e ofícios, entre outras.

Participaram do curso, índios de 11 terras indígenas das etnias Kaxinawá, Katukina e Manchineri. Para Guilherme Nunes Ferreira Kaxinawá, o curso foi importante porque adicionou técnicas novas aos conhecimentos que eles já tinham. "E tenho certeza de que vamos aplicar essas informações no dia-a-dia nas nossas aldeias."

Zezinho Yube, também Kaxinawá, pesquisou em sua monografia sobre as sementes tradicionais e as diferenças entre a agricultura indígena e a moderna. "Eu comecei a me perguntar o que aconteceu com as nossas sementes e como poderíamos recuperá-las. Até então eu não tinha me dado conta da importância de pensar sobre isso."

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28 índios dos municípios de Cruzeiro do Sul, Santa Rosa, Jordão, Assis Brasil, Tarauacá e Marechal Thaumaturgo comemoraram diplomação no curso (Foto: Luciano Pontes/Secom)

Também participaram da cerimônia de formatura o Assessor dos Povos Indígenas do Governo do Estado, Francisco Pianko; o Secretário Estadual de Saúde, Osvaldo leal; o Secretário de Justiça e Direitos Humanos, Henrique Corinto; o Diretor-Presidente do Instituto Dom Moacyr, Irailton Lima; o Assessor de Governo, Fábio Vaz, entre  outros. 

O governador Binho Marques se disse emocionado com a formatura de técnicos indígenas em uma nova carreira, sendo recebidos e comemorados no Palácio do Governo. "Talvez nem nós mesmos consigamos enxergar o que está acontecendo no Acre hoje e todas as mudanças nas quais estamos trabalhando para concretizar". Ele se comprometeu a publicar todos os trabalhos de monografia apresentados para a conclusão do curso.

"Os agentes agroflorestais indígenas não estão contribuindo apenas em suas aldeias. Nem somente com o Acre, mas contribuem com o mundo inteiro. Vocês estão construindo uma nova sociedade. Estamos construindo um novo marco civilizatório, com uma sociedade multicultural", disse o governador Binho Marques.


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