Governo do Acre estuda parceria com Organização Americana

Tião Viana e o engenheiro da DHI Bo Juza discutem problemas de enchente no Acre (Foto: Andréa Zílio)

Conhecida por sua atuação em diversos países, a Danish Hydraulic Institute – DHI Water and Environment [uma organização americana filiada ao Instituto Dinamarquês que atua em pesquisas e projetos sobre meio ambiente e água] pode ser a nova parceira do Acre nos estudos climáticos e trabalhos relacionados às enchentes que o estado sofre.

O governador Tião Viana se reuniu com o engenheiro superior da organização nos Estados Unidos, Bo Juza, para discutir uma possível parceria com o Estado.

A DHI possui 1,2 mil funcionários, 40 escritórios em 40 países de todos os continentes e já atua no Rio de Janeiro e Santa Catarina, como também no Peru.

Para Juza, a organização, que não tem fins lucrativos e possui uma boa experiência na captação de recursos para financiar as pesquisas, pode contribuir com o Acre.

“Trabalhamos com as questões das enchentes, dos fluxos e do ecoturismo do Rio Amazonas. Sabemos das dificuldades do Acre com as enchentes e podemos estudar e tentar contribuir, inclusive com projetos de drenagem urbana, que são baseados em mudanças climáticas, ou seja, podemos orientar, com base nos estudos, o design de construções urbanas que possa garantir a drenagem adequada desses sistemas”, comenta.

A instituição, que atua nas cidades, rios, costas marinhas, hidrologia que vem da chuva, fluxos fluviais, processo de bombeamento e de recarga de água subterrânea, não trabalha apenas com a questão da água, mas também dos processos químicos que estão conectados ao trabalho.

Todos os projetos que desenvolvem são realizados com base em análises de hipóteses em determinadas atividades e, assim, atuam com a prevenção de impactos negativos na água.

Um dos importantes estudos que a entidade realiza hoje é do fluxo da água no vale do Rio Nilo. Segundo o engenheiro, no Egito têm sido muito percebidos os impactos das mudanças climáticas.

Outra pesquisa importante que realizam – que é um dos cases da organização – é na Austrália, que tem apenas um rio, de três quilômetros de extensão, e muitos fazendeiros que dependem de sua água e estão sendo impactados pelas mudanças climáticas.

“Com o sistema, podemos prever quando a água sai de um ponto e chega ao outro. Coletamos os dados no computador e jogamos num software que dá as projeções dos cenários. Os australianos também sabem o custo da água, então decidem se a compram ou a vendem, dependendo de quanto eles possuem. Eles fazem o uso da água mais correto e mais eficiente. Nós organizamos a forma de uso da água para que não se tenha um canibalismo, ou seja, que um pegue mais água e outro menos”, explica.

Sobre a DHI 

Uma organização independente, autônoma, sem fins lucrativos, de pesquisas e consultoria, a DHI Water and Environment é filiada à Academia Dinamarquesa de Ciências Técnicas. A instituição é reconhecida por seu vasto conhecimento sobre a água, tendo mais de 50 anos de pesquisa e experiência em 140 países.

No Brasil, o instituto atua desde 1972 solucionando desafios em ambientes aquáticos, frutos da diversidade de seus ecossistemas, cidades e climas. Em 2013, foi implementado o primeiro escritório físico da empresa em Florianópolis.

A maior contribuição ao país se deu a partir de projetos de portos e gestão de costeira, além de gerenciamento de águas em mineração, estudos de rompimento de barragens, implantação de sistemas de apoio à tomada de decisão e simulação de transporte de sedimentos, entre outros.

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