A importância da boa governança

Vivemos um período sem precedentes na história mundial. Na época das notícias instantâneas e do “tempo real” promovido pela internet, todos devem ser super antenados, possuir opiniões contundentes e, acima de tudo, escolher um lado político/ideológico. De acordo com a bolha em que se está, é considerado um sacrilégio optar por qualquer coisa que venha do “inimigo”, como é considerado de forma tácita quem pensa diferente.

Isso cria uma série de divisões, brigas e intrigas, que não raro, acabam prejudicando a todos. Famílias são rachadas, amigos se afastam, desentendimentos são causados no ambiente de trabalho e por aí vai, mas é na política que esse embate é mais visível.

Na eleição americana, por exemplo, milhões de estadunidenses não consideram legítima a vitória do presidente Joe Biden, tendo inclusive entrado em confrontos que resultaram na morte de quatro civis. No Brasil, as divergências entre estados e governo federal foi danoso para ambas as partes.

Na contramão de tudo isso, o governador do Estado do Acre, Gladson Cameli, vem dando uma aula diária de governabilidade, principalmente nos momentos mais dramáticos da pandemia. Enquanto o mundo se digladiava atrás de culpados, Cameli adotou a melhor estratégia possível, que foi abrir o espaço para o diálogo com e então prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, pertencente a outro partido político.

Isso pode ter assustado alguns de seus apoiadores no início, mas mostrou-se uma decisão das mais sábias, pois a união do Estado com a gestão da capital e maior cidade do Acre foi importante no alinhamento de decisões. Caso houvesse uma separação entre as partes, o enfrentamento do problema, sem dúvida, seria pior pelo desencontro de informações para a população e em ações que exigiriam o alinhamento desses poderes.

Na questão das vacinas, como de costume Gladson Cameli não ficou em cima do muro e naturalmente criou o bordão que hoje tá na boca dos acreanos e acreanas. Questionado se iria tomar a vacina contra a Covid-19, ele respondeu: “A primeira que chegar, me dê que eu tomo”. O “mim dê que eu tomo”, no bom “acreanês”, virou meme e até camiseta personalizada, usada inicialmente pelo governador, reproduzida por várias malharias e, em poucos dias, pôde ser vista facilmente pelas ruas da capital e do interior.

Na mesma entrevista, Cameli também disse “quem não quiser tomar, que não tome” e em poucas palavras conseguiu ser entendido pela população, seja de qual corrente o cidadão for. O governador fez a sua parte e não mediu esforços para a aquisição do imunizante, que deve chegar aos postos de saúde ainda este mês. Quanto à parcela contrária às vacinas, preferiu não se opor a esse grupo, e prefere investir, assim como sua comunicação, em medidas educativas para sensibilizar a todos da importância de ser vacinado.

Durante a pandemia, alguns estados adotaram a política extremista do lockdown, protocolo de isolamento dos habitantes, mas o governador optou por outras formas de contenção do vírus, tendo em vista os riscos e prejuízos que tal medida acarretaria. Tudo graças à governança de Gladson Cameli, um político que não vê partidos ou correntes ideológicas, e sim o que for melhor para o povo do estado que o escolheu para comandá-lo até, pelo menos, 2022.

Mauro Tavernard é jornalista da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia.

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